SOMOS ÁTOMOS DE DEUS

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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

ATEÍSMO

Série de artigos sobre
Ateísmo
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Portal Ateísmo · v  e 


Ateísmo é a posição filosófica de que não existem deuses,
ou que rejeita o conceito do teísmo
Em uma concepção mais ampla,
o ateísmo é definido como a simples ausência de crença em divindades.
O termo ateísmo foi originado do grego ἄθεος (atheos), e era aplicado a 
qualquer pessoa que não acreditava em deuses, ou que participava de doutrinas
em conflito com as religiões estabelecidas. Com a disseminação de conceitos
como a liberdade de pensamento, do ceticismo científico e do subsequente 
aumento das críticas contra as religiões, a aplicação do termo passou a ter outros 
significados. Os primeiros indivíduos a se auto-identificarem como "ateus" 
apareceram no século XVIII. Hoje, cerca de 2,3 % da população mundial 
descreve-se como ateu, enquanto 11,9 % descreve-se como não-teístas
Entre 64% e 65% dos japoneses e 48% dos russos descrevem-se como ateus, 
agnósticos, ou não-crentes. A Europa é a região do planeta em que a 
descrença absoluta ou relativa em deuses é mais disseminada, sendo posição
majoritária em diversos países deste continente. Entretanto, a percentagem 
destas pessoas em estados membros da União Europeia varia entre 6% (Itália
a 85% (Suécia). Por outro lado a África, o Oriente Médio e o Sudeste Asiático 
são as regiões com menor incidência de ateístas.
Ateus podem compartilhar preocupações comuns com os céticos 
quanto a assuntos sobrenaturais, citando a falta de provas empíricas. 
Entre essas racionalidades comuns incluem-se o problema do mal, o 
argumento inconsistente de revelações e o argumento de descrença. 
Outros argumentos a favor do ateísmo crescem com o apoio da filosofia e da história.
Na cultura ocidental, ateus são frequentemente considerados como irreligiosos ou
descrentes. No entanto, sistemas de crença religiosa e espiritual, 
como formas do budismo
que não defende a crença em deuses, têm sido descritos como ateus. 
Embora alguns ateus tendam a direções filosóficas como o humanismo secular,
racionalismo e o naturalismo, não há nenhuma ideologia ou um conjunto de 
comportamentos a que todos os ateus devam respeitar.


Etimologia

palavra grega αθεοι (atheoi), tal como aparece na Epístola aos Efésios (2:12) no início do século III.









No grego antigo, o adjetivo atheos (ἄθεος) formado pelo prefixo grego a-, 
significando "ausência" e o radical "teu", derivado do grego theós
significando "deus". O significado literal do termo é, então: "sem deus".
A palavra passou a indicar de forma mais direta pessoas que não 
acreditavam em deuses no século V a.C., adquirindo definições como 
"cortar relações com os deuses" ou "negar os deuses" em vez do anterior 
significado de ἀσεβής (asebēs) ou "incrédulo". Modernas traduções de textos 
clássicos, por vezes tornam atheos como "ateu". 
Como um resumo substantivo, também houve ἀθεότης (atheotēs),
"ateísmo".Cícero traduziu a palavra do grego para a palavra em latim atheos
O uso frequente do termo no sentido pejorativo era encontrado no debate 
Karen Armstrong escreve que "Durante os séculos XVI e XVII, 
a palavra "ateu" ainda era reservada exclusivamente para a polêmica … 
O termo "ateu" foi um insulto. Ninguém teria sonhado de pôr-se um ateu.
"O termo "ateísmo" foi utilizado pela primeira vez para descrever 
uma crença autoconfessa europeia, no final do século XVIII
especificamente denotando descrença no deus monoteísta abraâmico
No século XX, a globalização contribuiu para a expansão do termo para referir-se 
à descrença em todos os deuses, embora ainda seja comum na sociedade ocidental 
descrever ateísmo como simplesmente "descrença em Deus."
Mais recentemente, tem havido um movimento em certos círculos filosóficos 
para redefinir ateísmo como a "ausência de crença em divindades", 
e não como uma crença em si mesmo; esta definição tornou-se popular 
em comunidades ateístas, embora sua utilização tenha sido limitada.

Definição

O ateísmo é considerado como uma posição ideológica em relação à crença em 
deuses. Não pode ser considerado como um tipo específico de religião já que, 
na maioria das definições aceitas, para que uma dada perspectiva seja classificada 
como tendo caráter religioso, esta deve ter como elemento central a crença em 
entidades sobrenaturais, além de possuir rituais e ensinamentos que conduzem 
um tipo de moralidade. Certas correntes filosóficas podem ser consideradas como 
ateístas, mas o conceito de ateísmo não se prende a uma filosofia ou religião 
específica. Há, inclusive, algumas correntes do Budismo e Jainismo podem ser 
denominadas ateístas por não apresentarem nenhuma concepção de deus,
no entanto, não devemos confundir Budismo com ateísmo.
De fato, existem tantos ateus, diferentes entre si, quanto as pessoas de
uma dada população, no seu todo. Pelo simples fato de uma pessoa ser 
ateísta, não se pode inferir que esta pessoa esteja alinhada a qualquer 
crença positiva particular (isto é, que não se limite à ausência de crença) 
e não implica a aceitação de qualquer sistema filosófico específico. 
O ateísmo também não é uma visão do mundo ou um modo de vida: O ateísmo não 
define gostos, visões políticas ou valores morais. Muitos associam o ateísmo ao 
socialismo, no entanto, não há nenhuma relação que deriva do ateísmo que resulte 
no socialismo. Ateus podem ocupar diferentes ideologias políticas e econômicas. 
Ateus são livres para discordar inclusive no que diz respeito ao papel da crença 
religiosa na sociedade e no indivíduo - embora algumas correntes políticas 
ateístas tenham optado pela repressão, como por exemplo, a antiga União Soviética
que alegava que os religiosos tinham sido cúmplices do regime czarista.
Frequentes alegações contra o ateísmo incluem acusações que definitivamente 
entrariam em contradição com a própria definição do termo. Uma atribuição comum 
é de que ateus defendem a adoração de Satã (do hebraico satan, "o adversário"). 
Obviamente que tal afirmativa só faria sentido dentro contexto em que se valida a 
existência de deuses. O Satanismo, portanto, é uma religião por definição, sendo 
rejeitada pelos ateus. As crenças típicas da "Nova Era", ou semelhantes, 
são também rejeitadas, em princípio, por qualquer ateu.


O ateísmo no mundo e na história


Mapa indicando a porcetagem de população irreligiosa por país. Quanto mais escuro o país, maior é a porcentagem de pessoas irreligiosas.












Encyclopædia Britannica estima que cerca de 2,5% da população mundial se 
classifica como ateísta. Parte considerável da população mundial, cerca de 20%,
 descreve-se como "não-religiosa" - termo que engloba agnósticos e deístas
O ateísmo é um pouco mais preponderante na Europa e na Rússia do que nos 
Estados Unidos e raramente se encontra no terceiro mundo (existe, contudo, 
em Estados que durante a Guerra Fria eram considerados do 2º mundo, onde o 
ateísmo é ideologia oficial do Estado, como a República Popular da China
Coreia do Norte e Cuba uma elevada percentagem de ateus). De acordo com 
uma pesquisa de 2003, 33% dos franceses adultos dizem que o termo "ateu" 
define muito bem sua posição sobre religião. Destaca-se 59% da população da 
República Checa, que se declara como ateísta.
É possível que o ateísmo esteja mais disseminado do que as pesquisas sugerem.
Ateus que expressam abertamente a sua opinião passam frequentemente a 
carregar um estigma social, correndo o risco de serem discriminados, ou, em 
alguns países, condenados à morte. Alguns adeptos de visões teístas julgam 
aqueles que não professam qualquer crença em divindades como sendo amorais 
ou não confiáveis - inadequados, portanto, como membros da sociedade. 
O ateísmo já foi considerado crime em muitas sociedades antigas, sendo-o 
ainda em algumas da actualidade. As escrituras de muitas religiões 
condenam os descrentes. Podemos encontrar um exemplo bíblico 
na história de Amaleque. Na Europa Medieval, o ateísmo era tido 
como amoral e muitas vezes criminoso; ateus podiam ser sentenciados 
à morte na fogueira, especialmente em países onde actuava a Inquisição
Enquanto o Protestantismo sofria discriminação e perseguição pela então 
dominante Igreja Católica Romana , Calvino também defendia a morte 
de ateus e hereges na fogueira.[21] O fato é que algumas igrejas, seitas 
ou grupos perseguiram, e ainda hoje perseguem, aqueles que não 
compartilham de suas interpretações religiosas, perseguindo ateus e ateístas - 
mesmo aqueles que fazem parte da mesma religião mas que se insiram em
grupos, seitas ou igrejas com interpretações religiosas distintas.
Por outro lado, o ateísmo é, por vezes, a posição oficial de países marxistas, 
como a ex-União Soviética, o ex-bloco Oriental e a República Popular da China
Karl Marx, ateu e descendente de rabinojudeu, afirmava que religião é 
"o ópio do povo". Queria com isto afirmar que esta existe para encobrir o 
verdadeiro estado das coisas numa sociedade, tornando os indivíduos mais 
receptivos ao controle social e exploração. Concomitantemente, afirmava que a
religião era "a alma de um mundo sem alma", querendo assim dizer que a 
experiência religiosa surgia como uma reação normal de busca de sentido 
numa realidade social alienante. Doutrinas marxistas à parte, o fato é que tais 
Estados encontraram um meio de desencorajar todas as religiões no intuito de 
enfraquecer quaisquer possíveis centros de oposição ao seu completo controle 
sobre esses Estados. Na União Soviética e na República Popular da China, eram 
toleradas algumas igrejas que se submetiam ao estrito controle do estado. 
É notável que a resistência ao marxismo frequentemente encontrasse focos 
em assuntos religiosos, e ao papa João Paulo II é muitas vezes dado o crédito 
de ter ajudado a terminar com o marxismo no Leste Europeu. A luta do Dalai Lama 
pela independência do Tibet seria outro exemplo.
Desde a Segunda Guerra Mundial, toda formatura militar nos Estados Unidos 
é acompanhada pelo freqüente uso dos dizeres "Não existem ateus em trincheiras
Durante a Guerra Fria, o fato de os inimigos dos EUA serem oficialmente ateus 
("Comunistas sem Deus") e o Macartismo somaram-se à visão de que ateus não
são confiáveis nem patriotas. Na campanha presidencial de 1987 nos 
(oficialmente seculares)
EUA, George H. W. Bushdisse "não sei se ateus deveriam ser considerados 
como cidadãos nem como patriotas. Essa é uma nação sob Deus.
"Declarações similares foram feitas durante a discussão que
cercava a inclusão da frase "sob Deus" no Juramento de Lealdade Americano,
palavras que foram adicionadas ao juramento no início do período da Guerra Fria.
Apesar das atitudes do período de Guerra Fria, os ateus 
são legalmente protegidos da discriminação nos EUA e são 
os mais fortes advogados da separação legal entre igreja e Estado
Os tribunais estadunidenses regularmente interpretam o requisito 
constitucional em relação à separação entreIgreja e Estado 
como sendo protetor da liberdade dos descrentes, e também 
proibindo o estabelecimento de qualquer estado religioso. 
Os ateus muitas vezes resumem a situação legal com a frase: 
"Liberdade religiosa também significa liberdade da não religião."
A despeito dos preconceitos, a desfiliação religiosa cresce em 
vários países, incluindo os lusófonos. No Brasil, de acordo com 
dados do IBGE,7,4% (cerca de 12,5 milhões) da população 
declaram-se sem religião, podendo ser agnósticos, ateus ou deístas.
A religião não é a única fonte de formulação de valores éticos e morais, 
pois a secularização das sociedades é algo inegável.
Apesar do termo ateísmo ter se originado na França do século XVI,
as ideias que são hoje reconhecidas como ateístas são documentadas desde



Karl Marx, um dos mais famosos ateus da história









Antiga religião hindu

Escolas ateístas são encontradas no hinduísmo

que é por outro lado uma religião muito teísta. A completamente materialista e 
anti-teísta escola filosófica Cārvāka que se originou naÍndia em torno do século VI a.C. 
provavelmente é a escola mais explicitamente ateísta de filosofia na Índia. 
Este ramo da filosofia indiana é classificado como um sistema heterodoxo 
e não é considerado parte das seis escolas ortodoxas do hinduísmo, 
mas é notável como evidência de um movimento materialista dentro do hinduísmo. 
Chatterjee e Datta explicam que a nossa compreensão da filosofia 
Cārvāka é fragmentária, baseada principalmente na crítica das ideias 
por outras escolas, e que não é uma tradição viva:
"Apesar de que o materialismo de alguma forma ou de 
outra sempre esteve presente na Índia, e referências ocasionais
sejam encontradas nos Vedas, na literatura budista, nos épicos, 
bem como nas obras filosóficas posteriores, não encontramos 
nenhum trabalho sistemático sobre o materialismo, nem qualquer 
escola organizada de seguidores como as outras escolas filosóficas possuem. 
Mas quase todos os trabalhos das outras escolas mencionam, por refutação, 
os pontos de vista materialistas. Nosso conhecimento do materialismo indiano 
baseia-se sobretudo nesses trabalhos.
Outras filosofias indianas geralmente consideradas como ateístas incluem 
samkhya clássica e mimāṃsā. A rejeição de um Deus criador pessoal 
também é vista no jainismo e nobudismo na Índia.


Tipos de ateus


Diagrama de Venn mostrando a relação entre as definições de ateísmo fraco/forte e ateísmo implícito/explícito.











Em termos gerais, o ateu é visto como alguém que aspira à objetividade e que
recusa qualquer dogma. Muitos são céticos. Recusam-se a acreditar em algo por 
meio da , essencialmente e assumidamente irracional. A mesma fé que, sendo 
o sustentáculo das crenças de grande parte dos teístas, não o é obrigatoriamente: 
as idéias teístas nem sempre dependem dela. Muitos ateus consideram que a 
concepção mais frequente de divindade, tal como é apresentada pela maioria 
das religiões, é essencialmente autocontraditória, sendo logicamente impossível
a sua existência. Outros ateus também podem ser levados a rejeitar a ideia 
de um deus por estar em desacordo com sua ideologia.
Alguns dos que poderiam ser chamados ateus não se identificam com o termo, 
preferindo ser chamados de agnósticos, ou seja, ainda que deixem aberta essa 
possibilidade, não afirmam nem negam a existência de qualquer entidade divina, 
de modo que não orientam a sua vida ou suas escolhas com base no pressuposto 
na existência de potências sobrenaturais. Nesse caso, o agnosticismo identificar-se-ia 
com o "ateísmo fraco". Para muitos, o verdadeiro ateu não aceitaria nenhuma das 
posições acima, sendo que julga a inexistência de deuses pela impossibilidade 
física ou lógica dos mesmos. Não abre chance a possibilidades, pois já estaria 
provada pela natureza em si sua posição. Essa corrente é a também chamada de 
"ateísmo forte". Em última instância, há vários tipos de ateus e muitas justificativas 
filosóficas possíveis para o ateísmo. Desse modo, se quiser descobrir por que 
uma pessoa em particular diz ser ateísta, o melhor é perguntar-lhe diretamente.


Ateísmo teórico

O ateísmo teórico produz teorias filosóficas sobre a ausência de Deus, a realidade
do universo e da vida na Terra, sem intervenção divina. É baseado em 
elementos da filosofia, para o definir um horizonte teórico de ateísmo conceitual, 
em vez de políticos, éticos ou sociológicas. Dois são elementos conceituais:
1) a teórica impossibilidade da existência de Deus,
2) a formulação de uma filosofia ateísta. Na perspectiva teórica do ateísmo 
o objetivo não é combater a religião, mas a ideia filosófica do divino em
 todas as suas expressões: metafísica.