HIEROFANIA
Somos um universo
na existência histórica
no tempo cósmico que se faz sendo
e que não se limita em nenhuma ortodoxia,
embora haja a pretensão
de uma real utopia.
Se disser que é mito, digo qte tem forma,
e que de uma incógnita se revela uma mensagem, um conteúdo, e a vida.
E que do prncípio originante
se define o ser pensante
e não uma mera fábula sem sentido.
E no sentido da linguagem
o corpo oculta um símbolo transignificativo
como imagem reveladora advindo de uma memória ancestral.
E no eu pessoal se encontra um mundo coletivo
em crise e em transformação
convergente num ponto de integração
que vai da inferioridade à plenificação.
O mundo humano ou profano,
não está separado do Sagrado.
Tudo está dentro da gente.
E esta hierofania se sente e vê com o coração.
Relendo na interioridade do ser
aparece uma ponte natural que permite atraverssar o intransponível
reunindo força sobrenatural.
O que parece inacessível e intocável
se sente no corpo como um tremor
que espanta e seduz,
que causa temor e atrai.
E como uma fecundação reinicia todo o processo da criação,
refutando a gnose iluminista do estranhísmo em si mesmo,
do vazio mórbido e repressor.
E apesar de todo o subjetivismo,
o que se diz indescritível na dimensão psicofísica,
se vivencia na realidade supranormal.
E a convivência que integra com o Todo,
faz a experiência com sabedoria
e tem contato intenso com o verdadeiramente real.
(Baseado na obra de Fcº García Bazán: Aspectos Incomuns do Sagrado).
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