SOMOS ÁTOMOS DE DEUS

SOMOS ÁTOMOS DE DEUS

segunda-feira, 28 de março de 2011

O SAGRADO



O SAGRADO COMO FOCO DE FENÔMENO  RELIGIOSO

       GIL FILHO, S. F.1

O sagrado e o profano seriam dois universos da existência assumidas 
pelo homem em sua história. São maneiras de ser no mundo e no cosmos. A 
referência do sagrado posiciona o homem diante de sua própria existência. De 
modo abrangente, a reflexão sobre o sagrado interessa  tanto às ciências 
humanas como à filosofia e a religião. 
Uma teoria do sagrado nos permite resguardar um atributo essencial 
para o fenômeno religioso ao mesmo tempo em que o torna aplicável. Nesta 
abordagem, o sagrado reserva aspectos ditos racionais, ou seja, passíveis de 
uma apreensão conceitual através de suas qualidades, e aspectos 
transracionais, que escapam à primeira apreensão, sendo exclusivamente 
captados enquanto sentimento religioso. O transracional é o que foge ao 
pensamento conceitual, por ser de característica explicitamente sintética, e só é 
assimilado enquanto atributo. Neste patamar reflexivo está o âmago da oposição 
entre o racionalismo e a religião. 
A característica própria do pensamento tradicional diante do fenômeno 
religioso é de reconhecer aquilo que, por um momento, não obedece às leis da 
natureza. Esta intervenção no andamento natural das coisas, feita pelo 
Transcendente, que é o autor destas leis, apresenta-se como uma tese 
apriorística, ou seja, a própria ortodoxia, muitas vezes, foi responsável por velar 
o elemento transracional da religião ao enfatizar em  demasia o estudo de 
aspectos doutrinários e rituais e menosprezar os aspectos  mais espirituais e 
essenciais da experiência religiosa.  
Entretanto, se o sagrado é único enquanto categoria, paradoxalmente 
                                                
1
 Professor Adjunto Doutor do Departamento de Geografia da UFPR ele é plural como fenômeno. O sagrado  em si é exclusivamente explicado em 
sua própria escala, ou seja, a escala religiosa. Todavia, no plano fenomênico ele 
se apresenta em uma diversidade de relações que nos possibilitam estudá-lo à 
escala das ciências humanas. 
A partir deste quadro referencial, podemos deduzir que as formas e os 
conteúdos relativos ao sagrado podem ser considerados como fonte de 
conhecimento do modo como se apresentam à consciência, restrito aos limites 
de como se manifestam. A partir desta reflexão, intuímos que o sagrado não 
está apenas na percepção imediata das formas e do seu conteúdo, mas também 
nos atos que suscitam a consciência, sendo possível admitirmos que se crie 
uma determinada expressão do sagrado no âmbito do pensamento. 
Tomando o pensamento como espelho do ato a ser expresso, ao 
nomearmos o sagrado estabelecemos a possibilidade dele ressurgir, mesmo 
que o ato não seja de fato consumado por quem o compreende. Assim, 
chegamos à ambigüidade do rito. 
A experiência do  sagrado é o ponto de convergência de todas as 
religiões.  
A partir desta discussão podemos conceber quatro instâncias  de 
entendimento do sagrado: 
(i) Refere-se à exterioridade do sagrado e sua materialidade, 
a paisagem religiosa com seus elementos como, por 
exemplo, da estrutura do Templo, da Igreja e os ambientes 
da natureza destinados ao culto. 
(ii) Entendemo-lo como sistema simbólico e cultura cotidiana.  
(iii) A terceira tem haver com a tradição e à natureza imanente 
do sagrado. Neste sentido reconhecemo-lo através das 
Escrituras Sagradas, das Tradições Orais Sagradas e dos Mitos. 
(iv) A quarta possibilidade de reconhecimento do sagrado nos 
remete ao sentimento religioso, seu caráter transcendente
e transracional. É uma dimensão de inspiração muito 
presente na experiência religiosa. É a experiência do 
sagrado em si. Esta dimensão, que escapa à razão em sua 
essência, é reconhecida através de seus efeitos. Trata-se 
daquilo que qualifica uma sintonia entre o sentimento 
religioso e o fenômeno religioso. 


UNESCO - ENSINO RELIGIOSO



UNESCO-Ensino Religioso é importante


Terça-feira, 3 de junho de 2003 - 9h27min

A religião

 adquire importância crescente nos sistemas 
públicos de ensino e passou a ser um
tema-chave 
para os responsáveis pelas políticas
educacionais 
de numerosos países: é a conclusão a que chegou 
a última edição da publicação trimestral da UNESCO 
(Organização das NN.UU. para a Educação, a Ciência
 e a Cultura) sobre a educação - "Perspectivas" - que 
dedicou sua última edição, publicada hoje, ao tema "Educação
 e Religião". O
 estudo analisa o tempo reservado ao ensino religioso nos
 programas educacionais
 de 140 países. Segundo a análise, a educação religiosa é matéria
 obrigatória em
 73 dos 140 países estudados. Em 54 desses 73 países, o tempo
 médio
 consagrado ao ensino religioso, durante os seis primeiros anos de
 escolaridade é 
de mais de 388 horas, o que equivale a cerca de 8% da duração
 total do ensino.

Para os autores do estudo, isso mostra um claro aumento da
proporção de tempo
 dedicado à religião, depois da publicação de um estudo
precedente, 10 anos atrás,
 assim como a inversão da tendência à baixa do ensino
religioso, que marcou a maior
 parte do século passado. Esse estudo precedente analisara a
 educação religiosa 
durante quatro períodos, de 1920 a 1986. Uma das conclusões do
estudo anterior 
era que, não obstante a relativa estabilidade do número de países
que praticavam 
a educação religiosa, o número de horas consagrado a essa
matéria não deixara 
de diminuir.

Segundo os novos dados, Arábia Saudita e Iêmen encabeçam
a lista de países que
reservam mais tempo à religião, em seus programas de ensino,
com 31% (1.458 horas)
 e 28,2% (1.104 horas), respectivamente, durante os 10 primeiros
anos escolares. A
 informação apresentada, ressaltam os autores, não é completa
e deveria servir "como
 ponto de partida de uma reflexão mais ampla sobre o lugar
ocupado pela educação
 religiosa nos sistemas educacionais de nossas sociedades,
 cada vez mais
 multiconfessionais. Religião passa a ser tema chave em vários
 países.


OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO 21

OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO 21

    Os quatro pilares da Educação são conceitos de fundamento
 da educação baseado no Relatório para a Unesco da 
Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, 
coordenada
 por Jacques Delors.
    No relatório editado sob a forma do livro – Educação: Um 
a Descobrir –, a discussão dos quatro pilares ocupa todo o
 Capítulo 4, onde se propõe uma educação direcionada para
 os quatro tipos fundamentais de aprendizagem: aprender
 a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com
 os outros e aprender a ser:
•    Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, 
suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em
 profundidade um pequeno número de matérias. O que também 
significa: aprender a aprender, para beneficiar-se das 
oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida.

•    Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma 
qualificação profissional mas, de uma maneira mais ampla,
 competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas 
situações e a trabalhar em equipe. Mas também aprender a 
fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho
 que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer 
espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer 
formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado
 com o trabalho.

•    Aprender a viver juntos desenvolvendo a compreensão do
 outro e a percepção das interdependências – realizar projetos 
comuns e preparar-se para gerir conflitos – no respeito pelos 
valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.

•    Aprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade
 e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de 
autonomia, de discernimento e de responsabilidade pessoal. 
Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das 
potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido 

estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.
Notas:
•    Extraído e adaptado

•    O texto, na íntegra, pode ser encontrado no livro: DELORS,
 Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório
 para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para 
o Século XXI. 10ª ed. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2006.

segunda-feira, 14 de março de 2011

QUARESMA




QUARESMA

QUARESMA, palavra que vem do latim quadragésima, é o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada noDomingo de Páscoa.
Na Quaresma, é comum encontrarmos imagens cobertas por mantos de cor roxa: sentido de penitência


Tempo da Quaresma

A quaresma tem seu inicio na quarta-feira de cinzas e seu término ocorre na quinta-feira santa, até a celebração da Missa da Ceia do Senhor Jesus Cristo com os doze apóstolos... os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa penitência. O roxo no tempo da quaresma não significa luto e sim simboliza que a igreja está se preparando espiritualmente para a grande festa da páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo.
Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.


Quarenta Dias

O tempo da quaresma é de quarenta dias, porém em dias corridos somam quarenta e sete pois, de acordo com o cristianismo, o domingo, que já é dedicado como o dia do Senhor, durante a quaresma não é contado. Após esse período, se inicia o Tríduo Pascal, que termina no Domingo de Páscoa.Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.


Tempo de Oração

A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja Católica, a Igreja Anglicana e algumas protestantes marcam para preparar os fiéis para a grande festa da Páscoa. Durante este período, os seus fiéis são convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum, da esmola e da oração. Ao longo deste período, sobretudo na liturgia do domingo, é feito um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como filhos de Deus.
A Igreja Católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma consequência da penitência.