Série de artigos sobre Ateísmo |
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Ateísmo é a posição filosófica de que não existem deuses,
Em uma concepção mais ampla,
o ateísmo é definido como a simples ausência de crença em divindades.
O termo ateísmo foi originado do grego ἄθεος (atheos), e era aplicado a
qualquer pessoa que não acreditava em deuses, ou que participava de doutrinas
aumento das críticas contra as religiões, a aplicação do termo passou a ter outros
significados. Os primeiros indivíduos a se auto-identificarem como "ateus"
apareceram no século XVIII. Hoje, cerca de 2,3 % da população mundial
descreve-se como ateu, enquanto 11,9 % descreve-se como não-teístas.
agnósticos, ou não-crentes. A Europa é a região do planeta em que a
descrença absoluta ou relativa em deuses é mais disseminada, sendo posição
majoritária em diversos países deste continente. Entretanto, a percentagem
destas pessoas em estados membros da União Europeia varia entre 6% (Itália)
são as regiões com menor incidência de ateístas.
Ateus podem compartilhar preocupações comuns com os céticos
quanto a assuntos sobrenaturais, citando a falta de provas empíricas.
Entre essas racionalidades comuns incluem-se o problema do mal, o
argumento inconsistente de revelações e o argumento de descrença.
Na cultura ocidental, ateus são frequentemente considerados como irreligiosos ou
descrentes. No entanto, sistemas de crença religiosa e espiritual,
como formas do budismo,
que não defende a crença em deuses, têm sido descritos como ateus.
Embora alguns ateus tendam a direções filosóficas como o humanismo secular,
comportamentos a que todos os ateus devam respeitar.
Etimologia
significando "ausência" e o radical "teu", derivado do grego theós,
significando "deus". O significado literal do termo é, então: "sem deus".
A palavra passou a indicar de forma mais direta pessoas que não
acreditavam em deuses no século V a.C., adquirindo definições como
"cortar relações com os deuses" ou "negar os deuses" em vez do anterior
significado de ἀσεβής (asebēs) ou "incrédulo". Modernas traduções de textos
clássicos, por vezes tornam atheos como "ateu".
Como um resumo substantivo, também houve ἀθεότης (atheotēs),
O uso frequente do termo no sentido pejorativo era encontrado no debate
entre os primeiros cristãos e os Helênicos.
Karen Armstrong escreve que "Durante os séculos XVI e XVII,
a palavra "ateu" ainda era reservada exclusivamente para a polêmica …
O termo "ateu" foi um insulto. Ninguém teria sonhado de pôr-se um ateu.
"O termo "ateísmo" foi utilizado pela primeira vez para descrever
uma crença autoconfessa europeia, no final do século XVIII,
especificamente denotando descrença no deus monoteísta abraâmico.
No século XX, a globalização contribuiu para a expansão do termo para referir-se
descrever ateísmo como simplesmente "descrença em Deus."
Mais recentemente, tem havido um movimento em certos círculos filosóficos
para redefinir ateísmo como a "ausência de crença em divindades",
e não como uma crença em si mesmo; esta definição tornou-se popular
em comunidades ateístas, embora sua utilização tenha sido limitada.
Definição
O ateísmo é considerado como uma posição ideológica em relação à crença em
deuses. Não pode ser considerado como um tipo específico de religião já que,
na maioria das definições aceitas, para que uma dada perspectiva seja classificada
como tendo caráter religioso, esta deve ter como elemento central a crença em
entidades sobrenaturais, além de possuir rituais e ensinamentos que conduzem
um tipo de moralidade. Certas correntes filosóficas podem ser consideradas como
ateístas, mas o conceito de ateísmo não se prende a uma filosofia ou religião
denominadas ateístas por não apresentarem nenhuma concepção de deus,
no entanto, não devemos confundir Budismo com ateísmo.
De fato, existem tantos ateus, diferentes entre si, quanto as pessoas de
uma dada população, no seu todo. Pelo simples fato de uma pessoa ser
ateísta, não se pode inferir que esta pessoa esteja alinhada a qualquer
crença positiva particular (isto é, que não se limite à ausência de crença)
e não implica a aceitação de qualquer sistema filosófico específico.
O ateísmo também não é uma visão do mundo ou um modo de vida: O ateísmo não
define gostos, visões políticas ou valores morais. Muitos associam o ateísmo ao
socialismo, no entanto, não há nenhuma relação que deriva do ateísmo que resulte
no socialismo. Ateus podem ocupar diferentes ideologias políticas e econômicas.
Ateus são livres para discordar inclusive no que diz respeito ao papel da crença
religiosa na sociedade e no indivíduo - embora algumas correntes políticas
ateístas tenham optado pela repressão, como por exemplo, a antiga União Soviética,
que alegava que os religiosos tinham sido cúmplices do regime czarista.
Frequentes alegações contra o ateísmo incluem acusações que definitivamente
entrariam em contradição com a própria definição do termo. Uma atribuição comum
Obviamente que tal afirmativa só faria sentido dentro contexto em que se valida a
existência de deuses. O Satanismo, portanto, é uma religião por definição, sendo
rejeitada pelos ateus. As crenças típicas da "Nova Era", ou semelhantes,
são também rejeitadas, em princípio, por qualquer ateu.
O ateísmo no mundo e na história
A Encyclopædia Britannica estima que cerca de 2,5% da população mundial se
classifica como ateísta. Parte considerável da população mundial, cerca de 20%,
descreve-se como "não-religiosa" - termo que engloba agnósticos e deístas.
Estados Unidos e raramente se encontra no terceiro mundo (existe, contudo,
em Estados que durante a Guerra Fria eram considerados do 2º mundo, onde o
ateísmo é ideologia oficial do Estado, como a República Popular da China,
a Coreia do Norte e Cuba uma elevada percentagem de ateus). De acordo com
define muito bem sua posição sobre religião. Destaca-se 59% da população da
República Checa, que se declara como ateísta.
É possível que o ateísmo esteja mais disseminado do que as pesquisas sugerem.
Ateus que expressam abertamente a sua opinião passam frequentemente a
carregar um estigma social, correndo o risco de serem discriminados, ou, em
aqueles que não professam qualquer crença em divindades como sendo amorais
ou não confiáveis - inadequados, portanto, como membros da sociedade.
O ateísmo já foi considerado crime em muitas sociedades antigas, sendo-o
ainda em algumas da actualidade. As escrituras de muitas religiões
condenam os descrentes. Podemos encontrar um exemplo bíblico
como amoral e muitas vezes criminoso; ateus podiam ser sentenciados
Enquanto o Protestantismo sofria discriminação e perseguição pela então
ou grupos perseguiram, e ainda hoje perseguem, aqueles que não
compartilham de suas interpretações religiosas, perseguindo ateus e ateístas -
mesmo aqueles que fazem parte da mesma religião mas que se insiram em
grupos, seitas ou igrejas com interpretações religiosas distintas.
Por outro lado, o ateísmo é, por vezes, a posição oficial de países marxistas,
como a ex-União Soviética, o ex-bloco Oriental e a República Popular da China.
"o ópio do povo". Queria com isto afirmar que esta existe para encobrir o
verdadeiro estado das coisas numa sociedade, tornando os indivíduos mais
receptivos ao controle social e exploração. Concomitantemente, afirmava que a
religião era "a alma de um mundo sem alma", querendo assim dizer que a
experiência religiosa surgia como uma reação normal de busca de sentido
numa realidade social alienante. Doutrinas marxistas à parte, o fato é que tais
Estados encontraram um meio de desencorajar todas as religiões no intuito de
enfraquecer quaisquer possíveis centros de oposição ao seu completo controle
sobre esses Estados. Na União Soviética e na República Popular da China, eram
toleradas algumas igrejas que se submetiam ao estrito controle do estado.
É notável que a resistência ao marxismo frequentemente encontrasse focos
em assuntos religiosos, e ao papa João Paulo II é muitas vezes dado o crédito
de ter ajudado a terminar com o marxismo no Leste Europeu. A luta do Dalai Lama
pela independência do Tibet seria outro exemplo.
Desde a Segunda Guerra Mundial, toda formatura militar nos Estados Unidos
é acompanhada pelo freqüente uso dos dizeres "Não existem ateus em trincheiras" .
Durante a Guerra Fria, o fato de os inimigos dos EUA serem oficialmente ateus
("Comunistas sem Deus") e o Macartismo somaram-se à visão de que ateus não
(oficialmente seculares)
EUA, George H. W. Bushdisse "não sei se ateus deveriam ser considerados
como cidadãos nem como patriotas. Essa é uma nação sob Deus.
"Declarações similares foram feitas durante a discussão que
cercava a inclusão da frase "sob Deus" no Juramento de Lealdade Americano,
palavras que foram adicionadas ao juramento no início do período da Guerra Fria.
Apesar das atitudes do período de Guerra Fria, os ateus
são legalmente protegidos da discriminação nos EUA e são
Os tribunais estadunidenses regularmente interpretam o requisito
como sendo protetor da liberdade dos descrentes, e também
proibindo o estabelecimento de qualquer estado religioso.
Os ateus muitas vezes resumem a situação legal com a frase:
"Liberdade religiosa também significa liberdade da não religião."
A despeito dos preconceitos, a desfiliação religiosa cresce em
vários países, incluindo os lusófonos. No Brasil, de acordo com
dados do IBGE,7,4% (cerca de 12,5 milhões) da população
declaram-se sem religião, podendo ser agnósticos, ateus ou deístas.
A religião não é a única fonte de formulação de valores éticos e morais,
pois a secularização das sociedades é algo inegável.
Apesar do termo ateísmo ter se originado na França do século XVI,
as ideias que são hoje reconhecidas como ateístas são documentadas desde
Antiga religião hindu
Escolas ateístas são encontradas no hinduísmo,
que é por outro lado uma religião muito teísta. A completamente materialista e
provavelmente é a escola mais explicitamente ateísta de filosofia na Índia.
Este ramo da filosofia indiana é classificado como um sistema heterodoxo
e não é considerado parte das seis escolas ortodoxas do hinduísmo,
mas é notável como evidência de um movimento materialista dentro do hinduísmo.
Chatterjee e Datta explicam que a nossa compreensão da filosofia
Cārvāka é fragmentária, baseada principalmente na crítica das ideias
por outras escolas, e que não é uma tradição viva:
"Apesar de que o materialismo de alguma forma ou de
outra sempre esteve presente na Índia, e referências ocasionais
sejam encontradas nos Vedas, na literatura budista, nos épicos,
bem como nas obras filosóficas posteriores, não encontramos
nenhum trabalho sistemático sobre o materialismo, nem qualquer
escola organizada de seguidores como as outras escolas filosóficas possuem.
Mas quase todos os trabalhos das outras escolas mencionam, por refutação,
os pontos de vista materialistas. Nosso conhecimento do materialismo indiano
baseia-se sobretudo nesses trabalhos.
Outras filosofias indianas geralmente consideradas como ateístas incluem
samkhya clássica e mimāṃsā. A rejeição de um Deus criador pessoal
Tipos de ateus
Em termos gerais, o ateu é visto como alguém que aspira à objetividade e que
meio da fé, essencialmente e assumidamente irracional. A mesma fé que, sendo
o sustentáculo das crenças de grande parte dos teístas, não o é obrigatoriamente:
as idéias teístas nem sempre dependem dela. Muitos ateus consideram que a
concepção mais frequente de divindade, tal como é apresentada pela maioria
das religiões, é essencialmente autocontraditória, sendo logicamente impossível
a sua existência. Outros ateus também podem ser levados a rejeitar a ideia
de um deus por estar em desacordo com sua ideologia.
Alguns dos que poderiam ser chamados ateus não se identificam com o termo,
preferindo ser chamados de agnósticos, ou seja, ainda que deixem aberta essa
possibilidade, não afirmam nem negam a existência de qualquer entidade divina,
de modo que não orientam a sua vida ou suas escolhas com base no pressuposto
na existência de potências sobrenaturais. Nesse caso, o agnosticismo identificar-se-ia
com o "ateísmo fraco". Para muitos, o verdadeiro ateu não aceitaria nenhuma das
posições acima, sendo que julga a inexistência de deuses pela impossibilidade
física ou lógica dos mesmos. Não abre chance a possibilidades, pois já estaria
provada pela natureza em si sua posição. Essa corrente é a também chamada de
"ateísmo forte". Em última instância, há vários tipos de ateus e muitas justificativas
filosóficas possíveis para o ateísmo. Desse modo, se quiser descobrir por que
uma pessoa em particular diz ser ateísta, o melhor é perguntar-lhe diretamente.
Ateísmo teórico
O ateísmo teórico produz teorias filosóficas sobre a ausência de Deus, a realidade
elementos da filosofia, para o definir um horizonte teórico de ateísmo conceitual,
em vez de políticos, éticos ou sociológicas. Dois são elementos conceituais:
1) a teórica impossibilidade da existência de Deus,
2) a formulação de uma filosofia ateísta. Na perspectiva teórica do ateísmo
o objetivo não é combater a religião, mas a ideia filosófica do divino em
todas as suas expressões: metafísica.