domingo, 30 de dezembro de 2012
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
RELIGIÃO (Gibran)
Texto
E um velho sacerdote disse: Fala-nos da Religião.
E ele respondeu:
Terei falado de outra coisa até agora?
Não será a religião senão todos os atos e toda a reflexão, e tudo aquilo que não é ato nem reflexão, mas encantamento e surpresa sempre emergentes da alma, mesmo quando as mãos talham a pedra ou trabalham no tear?
Quem poderá separar a sua fé das suas ações, ou as suas crenças das suas ocupações?
Quem pode estender as suas horas perante ele dizendo, "Isto é para Deus e isto é para mim, isto é para a minha alma e isto para o meu corpo?"
Todas as vossas horas são asas que voam no espaço de um eu para o outro eu.
Aquele que usa a sua moral como a sua melhor indumentária faria melhor se andasse nu.
O vento e o sol não abrirão buracos na sua pele.
E aquele que rege a sua conduta pela ética está a aprisionar numa gaiola o pássaro que canta.
Os cânticos mais livres não saem através de grades nem grilhetas.
E aquele para quem a devoção é uma janela, para abrir mas também para fechar, ainda não visitou a morada da sua alma cujas janelas vão de aurora a
aurora.
A vossa vida diária é o vosso templo e a vossa religião.
Cada vez que entrais nela, entrai por inteiro.
Levai a charrua e a forja, o maço e a lira.
As coisas de que precisais por necessidade ou prazer.
Pois em sonhos não podereis erguer-vos acima dos vossos feitos, nem cair mais baixo do que as vossas falhas.
E levai convosco todos os homens, pois na adoração não podereis voar mais alto do que as suas esperanças, nem humilhar-vos mais baixo do que o seu desespero.
E se quereis conhecer Deus, não pretendais resolver enigmas.
Olhai antes à vossa volta e vê-Lo-eis a brincar com os vossos filhos.
E olhai para o espaço: vê-Lo-eis a caminhar sobre as nuvens, de braços estendidos para a luz, descendo sobre a chuva.
Vê-Lo-eis sorrindo no meio das flores, e depois erguer-se e agitar as árvores com as Suas mãos.
&A&
Do livro “O Profeta” (sem indicação de tradutor)
Créditos:
http://www.clube-positivo.com/biblioteca/pdf/profeta.pdf
Khalil Gibran (República do Líbano)
EQM (EXPERIÊNCIA DE QUASE-MORTE)
Experiência de quase-morte
Origem:
O termo experiência de quase-morte ou EQM refere-se a um conjunto de visões e sensações frequentemente associadas a situações de morte iminente por motivo de hipóxia cerebral (geralmente derivadas de paradas cardiorrespiratórias), sendo as mais divulgadas o efeito-túnel e a experiência fora-do-corpo (EFC ou OOBE, também denominada autoscopia). O termo "experiência de quase-morte", em francês "expérience de mort imminente" foi proposto pelo psicólogo e epistemólogo francês Victor Egger em 1896 em "Le moi des mourants" como resultado das discussões no final século XIX entre filósofos e psicólogos, relativo as histórias de escaladores sobre a revisão panorâmica da vida durante quedas[1] As EQM foram popularizados com o trabalho do psiquiatra Raymond Moody em seu livro Vida Depois da Vida, escrito em 1975 sob o nome de Near-death experiences (NDEs), repetindo a frase já proposta por Victor Egger.[2]
Muito se estuda sobre as experiências de quase-morte mas não existe consenso científico e nem prova científica sobre o significado e a causa desses fenômenos. Vários médicos, parapsicólogos, cientistas e espiritualistas em geral, apontam as experiências como provas da experiência fora-do-corpo (OOBE) e da vida após a morte, por outro lado, as experiências de quase-morte são descritas nas revistas médicas, na maioria das vezes, como tendo as características de alucinações.
Um túnel de luz numa tela de Bosch, tipificando uma visão recorrente em experiências de quase-morte.
As pessoas que viveram o fenômeno relatam, geralmente, uma série de experiências comuns, descritas nos estudos de Elizabeth Kubler-Ross (1967), tais como:
um sentimento de paz interior;
a sensação de flutuar acima do seu corpo físico;
a impressão de estar em um segundo corpo, distinto do corpo físico;
a percepção da presença de pessoas à sua volta;
a visão de seres espirituais;
visão de 360º;
sensação de que o tempo passa mais rápido ou mais devagar;
ampliação de vários sentidos;
a sensação de viajar através de um túnel intensamente iluminado no fundo (efeito túnel).
Nesse espaço, a pessoa que vive a EQM percebe a presença do que a maioria descreve como um "ser de luz", embora seu significado possa variar conforme os arquétipos culturais, a filosofia ou a religião pessoal. O portal entre essas duas dimensões é também descrito como a fronteira entre a vida e a morte. Por vezes, alguns pacientes que viveram essa experiência relatam que tiveram de decidir se queriam ou não regressar à vida física. Muitas vezes falam de um campo, uma porta, uma sebe ou um lago, como uma espécie de barreira que, se atravessada, implicaria não regressarem ao seu corpo físico.
Com a multiplicação de referências a acontecimentos comparáveis à experiência de quase-morte, iniciou-se uma nova corrente, em que diversos pesquisadores de todo o mundo deram início à discussão e à análise do fenômeno de forma mais aberta. Grupos da comunidade médica passaram a olhar para a morte e a sobrevivência da consciência sob uma nova perspectiva, como ocorre, por exemplo, na Associação Brasileira de Medicina Psicossomática. Enquanto existem observadores que atribuem esse fenômeno a experiências espirituais, outros recorrem a teorias como alucinação, memória genética ou a simbolização do nascimento biológico.
Mudanças psicológicas e comportamentais
Após a experiência de quase-morte, muitas pessoas declaram terem alterado seus pontos de vista em relação ao mundo e às outras pessoas. As mudanças comportamentais geralmente são significativamente positivas, e o principal fator para a mudança é a perda do medo da morte (tanatofobia). Em geral, a pessoa diz enxergar o mundo de maneira mais vívida, ser inundada por sentimentos de bondade e amor ao próximo, ter vontade de ajudar os necessitados, sentir abertura a uma forma de religiosidade não-dogmática e a crenças orientais como a reencarnação, aceitar-se mais e aceitar mais os outros, perder o sentido de importância do ego e se preocupar menos com as opiniões dos outros. Essas pessoas alegam que passaram a valorizar mais as suas vidas e as dos outros, reavaliaram os seus valores, a ética e as prioridades habituais e tornaram-se mais serenas e confiantes.
Investigação científica
Até recentemente, este fenômeno era considerado pela ciência um assunto vulgar, fruto de lendas, crendice popular ou religiosidade. No entanto, na década de 1970, pesquisas como a do Dr. Raymond Moody e a da Dra. Elizabeth Kubler-Ross, principalmente após a publicação dos livros Vida Depois da Vida e Sobre a Morte e o Morrer, respectivamente, levaram ao início de uma corrente de pesquisas em todo o mundo sobre o fenômeno.
Estudos realizados em hospitais, entre sobreviventes de paradas cardíacas, em que se observou que o fenômeno ocorre em cerca de 11% dos pacientes[4], incluindo os do cardiologista holandês Pim Van Lommel [5] [6], demonstram também que os fatos são possivelmente explicáveis pela falta de oxigênio no cérebro [7] [8] [9], em pacientes nos quais a morte encefálica não foi comprovada[10]. As descrições de experiências de quase-morte podem ser parcialmente reproduzidas por medicações como a quetamina[11] ou por indução de hipóxia cerebral por alta gravidade[12], incluindo visão em túnel, comunhão com Deus, saída do corpo e alucinações. Fenômenos semelhantes ocorrem em algumas formas de epilepsia e AVC. Mas as explicações biológicas perdem força ao se considerarem os fenômenos de percepção extrassensorial alegados por muitos sobreviventes EQM.
As investigações científicas sobre assuntos relacionados com o pós-morte sempre existiram e foram diversas vezes motivo de debate acadêmico [13] [14] [15]. Mesmo com tanto interesse e a presença de numerosos relatos anedóticos, ainda não há qualquer comprovação científica que suporte essa teoria, portanto ainda é uma hipótese não-verificada. Os modelos biológicos tanto podem significar que se trata de uma alucinação como que o cérebro pode conter algum mecanismo para perceber um mundo espiritual à nossa volta. Os estudos em neurociência e neuroteologia prosseguem.
A experiência de quase-morte é muito semelhante às experiências místicas de diversas tradições, como nos livros de Teresa de Ávila.
Um relato intrigante descrito por Moody em seu livro Luz do Além " Uma mulher de setenta anos, cega, desde os dezoito, foi capaz de descrever com detalhes vívidos, enquanto os médicos tentavam ressuscitá-la de um ataque do coração. Ela conseguia dar boa descrição dos instrumentos que foram utilizados e até mesmo de suas cores. Além de tudo isso, ela ainda disse ao médico que ele usava jaleco azul quando começou a ressuscitá-la". Acontece que falta a Ciência a coragem de questionar sues métodos para que possa entender fenômenos subjetivos que transcendem o reducionismo materialista.
O DIREITO, O JUSTO E A JUSTIÇA
O direito, o justo e a justiça.
Um estudo à luz da Bíblia
Direito é o objeto próprio da justiça, que obriga a dar a cada um o que lhe é devido, ou seja, aquilo a que ele tem direito. Já dizia Ulpiano (150 a 228): Iustitia est constans et perpetua voluntas ius suum cuique tribuendi (Digesto – Digesta, liv. I. tít. 1, p. 10). Assim, justiça é a vontade firme e constante de respeitar todos os direitos e de cumprir todos os deveres ou, no dizer de Tomás de Aquino, habitus secumdum quem aliquis [...] ius suum unicuique tribuit (S.th. II-II 58, 1).
Não existe um único termo hebraico para expressar essa nossa idéia de justiça; o seu significado está contido nos conceitos de juízo e retidão.
O significado básico do vocábulo talvez apareça melhor quando é aplicado a pesos e medidas (Dt 25, 15; Lv 19, 36; Jó 31, 6; Ez 45, 10); um peso "justo" é aquele que o é quando se supõe que seja. Um caminho certo leva a uma direção correta (Sl 23, 3); sacrifícios corretos são aqueles que são oferecidos de acordo com as prescrições cultuais (Dt 33, 19; Sl 4, 6; 51, 21). O rebento justo que Iahweh suscita para Davi é provavelmente um rebento legítimo (Jr 23, 5).
Aqui aparece o elemento comum do que é justo: aquilo que corresponde a um modelo. Iahweh dá a chuva da justiça (Jl 2, 23), isto é, no tempo e medida certos. O santuário que se tornou justo (Dt 8, 14) é aquele que é purificado para o culto divino.
Na linguagem comum, o grupo de palavras ligadas a çedeq é usado nos processos judiciários, e normalmente o seu uso está na base de sua aplicação em outras situações; está nesse uso aquilo que é freqüentemente melhor traduzido por justo ou justiça.
Os juízes não devem julgar com parcialidade, mas com justiça (Lv 19, 15; Dt 1, 16). Seus veredictos devem ser justos (Pr 31, 9; Dt 16, 18.20), assim como os decretos dos governadores (Pr 8, 15). Processo ilegal pisoteia a justiça (Am 5, 7) e converte o direito em veneno (Am 6, 12).
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- A ampliação do controle de constitucionalidade difuso na perspectiva de Ronald Dworkin. O juiz “Hércules” em defesa de uma comunidade fundada em princípios
Por isso, aquele que move um processo acredita possuir uma justa reivindicação, um "direito", a justiça de seu lado (Sl 7, 9; 17, 1; 18, 21.25; Is 59, 4; Jr 51, 10). Essa reivindicação ou direito opõe-se à mentira (Sl 37, 6). Jó se apega à sua justa causa como à sua garantia em Deus (Jó 27, 6); e aquele que pede misericórdia não pode arvorar pretensões (2Sm 19, 29). A corrupção da justiça deturpa os processos justos e os direitos do inocente (Is 5 ,23).
Por isso, aquele que tem çedeq ou é çaddîq está no direito, seja legalmente (Ex 23, 7-8; Dt 25, 1; 2Sm 15, 4; 1Rs 8, 32; Pr 17, 15.26; 18, 5.17; 24, 24; Is 5, 23; 29, 21; Am 2, 6; 5, 12), seja em outros contextos (1Sm 24, 18; Jó 27, 5; 32, 1).
"Justiça" quer dizer inocência de uma acusação, no direito ou em alguma outra situação, ou ausência de qualquer acusação (Gn 20, 4; 44, 16; 2Sm 4, 11; 1Rs 2, 32).
As aflições de Jó são concebidas no primitivo pensamento sapiencial, como evidência de que ele é culpado diante de Iahweh, e Jó proclama repetidamente sua justiça, sua inocência (Jó 9, 2; 15.20; 10, 15; 13, 18; 33, 12; 34, 5), e Eliú deseja dar razão a Jó (Jó 33, 32).
O Servo de Iahweh, cujas angústias dão quase a aparência de que Iahweh é seu inimigo, será encontrado inocente (Is 53, 11). Tamar é "mais justa" do que Judá, isto é, "menos culpada" (Gn 38, 26), e Israel foi mais justo que Judá no mesmo sentido (Jr 3, 11; Ez 16, 52). Nem as nações nem Israel têm uma causa justa em face de Iahweh (Is 43, 9.26).
Visto que a justiça, nesses casos, é medida pelo padrão da lei, a própria lei pode ser chamada de "justiça", especialmente a lei de Iahweh (Sl 119, 7.62 +), e a retidão, isto é, a justiça, é uma propriedade da lei (Dt 4, 8).
Mas, freqüentemente, a justiça é vista como uma qualidade pessoal que deve ser encontrada no rei, que é a fonte da lei e o administrador da justiça (2Sm 23, 3). O trono é consolidado na justiça (Pr 16, 12; 25, 5). O rei bom ama a justiça (Sl 45, 8); o rei mau, Joaquim, constrói a casa na injustiça (Jr 22, 13).
"Fazer justiça" tem uma força peculiar quando é dita a respeito do rei (Jr 22, 15), pois refere-se à sua administração. Ela foi encontrada nos maiores reis israelitas: Davi (2Sm 8, 15; 1Rs 3, 6) e Salomão (1Rs 10, 9).
A justiça é considerada especialmente como uma qualidade do rei ideal ou messiânico (Sl 72, 1-3; Is 9, 6; 11, 4-5; 16, 5; Jr 23, 5; 33, 15; Ez 45, 9). Sem dúvida, a ênfase nessa qualidade do rei ideal reflete sua freqüente e visível ausência na administração real e judiciária ordinárias do último período da monarquia de Judá.
Çedeq é uma qualidade enraizada na lei e encontra-se precisamente nos legisladores e nos administradores da lei. Ela adquire facilmente o significado de conduta de acordo com a lei; e esse é o sentido mais específico das palavras portuguesas "justo" e "justiça".
Çedeq, como conduta reta, opõe-se ao pecado, à impiedade etc. Jerusalém, a cidade da justiça, era formalmente a cidade em que ela residia (Is 1, 21.26). Procurar a justiça é paralelo, em poesia, a "procurar Iahweh", pois é através da boa conduta que Iahweh é encontrado (Is 51, 1; Sf 3, 3). Mais precisamente, a conduta reta é honestidade contraposta a engano e veracidade oposta a falsidade (Gn 30, 33; Jr 4, 2).
Fazer justiça é normalmente a conduta reta em geral e não a administração da justiça (Ml 3, 18). O justo vive por sua fidelidade. Quando ele morre, não obstante a sua justiça, é uma perversão da ordem cósmica (Ecl 7, 15).
Iahweh julga o homem de acordo com a sua justiça (2Sm 22, 25). Ela salva da morte (Pr 10, 2); a vida encontra-se em seus caminhos (Pr 12, 28); ela alcança uma coroa (Pr 16, 31). Iahweh deseja que em Israel o direito corra como a água e a justiça como um ribeiro perene (Am 5, 24); direito e justiça aqui são a conduta reta em oposição ao culto prestado com exatidão mecânica, mas sem devoção interior.
Deus não retira seu olhar favorável do justo (Jó 36, 7); ele o abençoa (Sl 5, 13) e o sustém (Sl 7, 9). O uso do grupo vocabular çedeq no sentido de boa conduta moral é extremamente comum nos salmos e na literatura sapiencial, mas não se limita aos livros mais tardios.
A conduta freqüentemente mostra que a palavra çedeq significa um direito ou uma condição; çedeq, como meio de salvação em Ez 14, 14-20, é sua conduta que estabelece uma reivindicação diante de Iahweh, para que livre alguém do mal.
Quando a fé de Abraão lhe é imputada como justiça (Gn 15, 6), quer dizer que a sua fé não é apenas a atitude correta de respeito às promessas de Iahweh, mas que ela lhe estabelece o motivo para o seu cumprimento.
Em outras passagens, a conduta reta leva à salvação; provavelmente seja isso que significa nos campos ou moradas da justiça (Jr 31, 23; 50, 7).
O jogo de palavras é claro em Os 10, 12; Israel deve semear çedeq, conduta reta, e Iahweh fará chover çedeq, salvação. Quando Iahweh restitui a um homem e sua çedaqah, restitui-lhe a propriedade que é a condição própria do justo.
Há muitas passagens em que a conduta reta semeada por Iahweh, çedeq etc. podem ser traduzidos simplesmente como salvação, libertação e justificação.
Quando alguém tem uma justa reivindicação ou direito, ou quando alguém é acusado, o seu processo não é somente justiça submetida à lei, é também salvação pessoal.
Esse, o uso mais especificamente teológico do grupo çedeq, pois essa justiça é obra de Iahweh, que intervém para estabelecer ou para conceder "justiça", salvação. A "morada do justo" de Jó é a morada que Deus protege (Jó 8, 6). Os amigos do salmista são felizes pela sua afirmação de justiça (Sl 35, 27); ele verá a face de Iahweh na justiça, isto é, quando for salvo (Sl 17, 15).
Çedeq designa a salvação messiânica (Is 24, 16; 45, 8.25; 54, 14; 58, 5; 62, 1). Iahweh é a nossa salvação, çedeq (Jr 23, 5). Os sacerdotes são vestidos de çedeq, salvação, paralelo de alegria (Sl 132, 9); as portas de çedeq são as portas da salvação (Sl 118, 19). O fruto de çedeq e do juízo é bem-estar e segurança (Is 32, 17). A obra do Servo de Iahweh é justificar a muitos (Is 53, 11). Quando o rei messiânico aparecer, ele será "justo" e vitorioso (Zc 9, 9).
A qualidade legal de justiça aparece também em Iahweh, pois ele é o justo juiz (2Cr 12, 6; Jó 8, 3; 34, 17; Sl 7, 10; 11, 7; Is 10, 22; 28, 17; Jr 11, 20; Sf 3, 5). Ele é justo e fiel também no seu governo geral; a "justiça" própria do rei encontra-se em grau eminente em Iahweh (Dt 32, 4; Sl 119, 137; Jó 36, 3; Is 5, 16). Por isso, a lei de Iahweh é chamada simplesmente de "justiça" (Sl 119, 142).
O maior número de aplicações do grupo çedeq a Iahweh significa sua "justiça" como um atributo de salvação, seu poder e vontade salvíficos. A justiça de salvação que ele opera é atribuída a ele, que é seu agente. Iahweh revela-se justo em efetivar a libertação, em justificar o seu povo.
Visto que a libertação é um cumprimento de suas promessas, a justiça é freqüentemente acompanhada nessas passagens com fidelidade. Essas duas qualidades são personificadas como seus servos (Sl 85, 11-14). Elas são os fundamentos do trono de Iahweh, como são os fundamentos do trono de um rei humano, mas em Iahweh são concebidos como atributos salvíficos (Sl 97, 2).
Ele chama seu servo Ciro "em çedeq", na sua vontade de salvar (Is 42, 6; 45, 13). Sua destra justa é sua destra que salva (Is 41, 10). Esse atributo salvífico é acompanhado de amor, fidelidade e juízo (Sl 71, 19), de bênção (Sl 24, 6), de cura (Ml 3, 20). É celebrado por aqueles que o experimentam (Sl 33, 32; 40, 11; 51, 16; 71, 15-16; 89, 17).
A "justiça" de Iahweh está em suas ações salvíficas, seja na experiência histórica de Israel, seja no indivíduo no futuro messiânico (Jz 5, 11; 1Sm 12, 7; Sl 103, 6; Is 45, 24; Dn 9, 16; Mq 6, 5; Sl 31, 2; 35, 24.28; 36, 11; 40, 10; 48, 11; 50, 6; 97, 6; 103, 7; Pr 8, 18; Is 1, 27; 42, 21; 46, 13; 51, 5; 54, 17; Mq 7, 9; Zc 8, 8).
Esses textos são suficientes para ilustrar o uso do termo, comum em Is 40-66, em textos contemporâneos ou mais recentes. Esse desenvolvimento do termo, não desconhecido na literatura mais antiga, parece ter-se tornado um epíteto fixo de Iahweh somente na literatura exílica e pós-exílica.
Essa visão vocabular demonstra que a idéia traduzida um tanto imprecisamente como "justo" é complexa e deve ser entendida em seu contexto.
O Novo Testamento usa o termo grego dikaiosis para dizer "processo". Na maioria dos exemplos, a palavra é utilizada no sentido de salvação, libertação, justificação ou como uma transformação devida a alguma idéia especificamente cristã.
"Justo" significa "inocente" (Mt 27, 4.19; Lc 23, 47); os paralelos em Lc 23, 47; Mt 27, 54; 15, 39 têm inocente em lugar de "filho de Deus", mas é duvidoso que Lucas entenda "justo" como sinônimo desse título.
O adjetivo aparece com o significado que tem o uso corrente em Mt 20, 4; Lc 12,57; Fl 1, 7; Cl 4, 1; 2Pd 1, 13, isto é, direito, próprio etc., mas, mesmo nesse sentido, recebe uma modificação cristã em At 4, 19; Ef 6, 1; 2Tm 1, 6 pelo acréscimo de "diante de Deus", "com Deus" e pela inclusão de que aquilo que é justo é a lei divina.
Os juízos de Deus são justos (1Pd 2, 23; Ap 16, 7; 19, 2). O justo é freqüentemente o homem de boa conduta (Mc 2, 17; Lc 5, 32), mas o termo é usado aqui com ironia (Mt 5, 45; 13, 49; 23, 28; 25, 37.46; Lc 15, 7; 18, 9; 20, 20); os justos são opostos aos ímpios no juízo escatológico (Hb 12, 23; Tg 5, 16; 1Pd 3, 12; 4, 18; Ap 22, 11).
Lc 14, 14 e At 24, 15 aludem a duas diferentes concepções da ressurreição que aparecem no judaísmo: uma limitando-a aos justos e a outra estendendo-a também aos ímpios. A tríplice repetição do adjetivo em Mt 10, 41 talvez não seja sem significado: o "justo" em cujo nome é oferecido o copo de água talvez seja Deus.
Um uso especificamente no Novo Testamento aparece na designação de Jesus como "o justo" (At 3, 13-14; 7, 52; Tg 5, 6; 1Pd 3, 18). Esses contextos, nos quais há alusão à morte de Jesus, sem dúvida, enfatizam sua inocência, mas sugerem também a sua vitória e o seu triunfo, particularmente 1Jo 2, 1, onde Jesus é chamado de justo e é glorificado.
A "justiça" que Jesus veio cumprir (Mt 3, 15) é aquilo que é exigido. A justiça que é objeto da fome e sede (Mt 5, 6) parece ser, no contexto das outras bem-aventuranças, as boas obras; por si mesma a expressão poderia indicar a vontade salvífica ou o juízo de Deus.
A salvação do reino parece ser designada como justiça em Mt 6, 33. A justiça de que Jesus convence o mundo é a sua vitória por sua subida ao Pai (Jo 16, 8.10). A frase de Is 32, 17 "o fruto da justiça (salvação) é a paz" é citada ou há alusão tática a ela em Hb 12, 11 e Tg 18.
Justiça é boa conduta em Mt 5, 10.20; 6, 1; Lc 1 ,75; At 10, 35; 13, 10; 24, 25; 2Pd 2, 5.21. Em outras passagens aparece, numa forma inicial, a transformação que é tão radical em Paulo.
A libertação do pecado, a fim de viver para a justiça, é o estado peculiarmente cristão de bondade moral e libertação do pecado (=salvação) conferida por Jesus. Assim também a morada da justiça nos cristãos (2Pd 3, 13) sugere a obra salvífica de Jesus. Noé, participante da justiça que vem da fé (Hb 11, 7), possui em Hb a posição que Abraão tem em Rm e Gl.
O cristão que "pratica a justiça", no significado do Antigo Testamento, é justo como Jesus (1Jo 3, 7), e essa justiça é especificada em 1Jo 3, 10 como o amor ao irmão. Em Tg 1, 20, a justiça de Deus é a justiça dele.
O verbo dikaiûn em Ap 22, 11 quer dizer um modo especial de ser justo. Em outras partes, fora dos escritos paulinos, significa declarar (Deus) justo (Lc 7, 29), ser provado justo (Mt 11, 19; Lc 7, 35; Rm 3, 4, citando o Sl 50, 6) e é usado em sentido diverso em Lc 10, 29; 16, 15. Em Mt 12, 37 tem o significado de ser absolvido. Lc 18, 14 aproxima-se do conceito paulino de ser libertado do pecado.
O hino de 1Tm 3, 16 aplica o termo a Jesus em sentido diverso, como em outras partes do Novo Testamento. Jesus foi justificado no espírito, provavelmente na sua ressurreição, demonstrando ser aquilo que afirmara ser.
O substantivo dikaioma indica uma lei (Lc 1, 6; Rm 1, 32; 2, 26; 8, 4; Hb 9, 1.10), um ato salvífico de Deus (Ap 15, 4), ou os atos justos do justo (Ap 19,8). Em Rm 5, 18 assinala a morte de Jesus, que é um ato salvífico e de justificação.
Para Paulo, a concepção de "justo" é talvez a mais complexa de todas as suas idéias; a palavra "justificação" foi um dos pontos básicos da doutrina de Lutero, e foi discutida no Concílio de Trento.
Paulo emprega o termo em sentido neutro, como "as armas da justificação" (2Cor 6, 7), "inocente" (1Cor 4, 4). Ele relaciona-se com uma nomenclatura do Velho Testamento, que devia levar a adaptar-se à plenitude de sua intuição do mistério cristão. Ele sabe que a justiça é a observância da lei, conduta normalmente reta (Rm 2, 13; 10, 5).
Visto que o evento cristão abre o homem a uma nova justiça, considerando que esta vem através de Cristo, não é nem pode ser alcançada pelas obras da lei. Portanto, Paulo chega à conclusão (Rm 3, 10) de que ninguém é justo, nem judeu nem grego: todos são pecadores.
Em Rm e Gl, Paulo insiste que a lei e as suas obras não alcançam a justiça (Rm 3, 11.28; Gl 2, 21; 2, 16; 3, 11). Paulo não se refere à justiça do Antigo Testamento, mas à justiça trazida por Cristo. Essa justiça pode ser adquirida somente pela fé em Cristo, e aqui Paulo cita mais de uma vez Hab 2, 4 (Rm 1, 17; 3, 28; 4, 5; 5, 1; 9, 30-31; Gl 2, 16; 3, 8.11.24).
Isso é apresentado em At 13, 38-39 como um princípio fundamental da primitiva pregação com a justiça que vem de Deus mediante a fé em Cristo Jesus (Fl 3, 9). Essa justiça do homem não é obra do homem por realização ou mérito; só Deus o justifica (Rm 3, 30). Aqueles que Deus chamou também justificou (Rm 8, 30), e ninguém pode condenar o homem a quem Deus justificou (Rm 9, 34).
Com o dom da justiça nós reinamos na vida (Rm 5, 17). Deus opera essa justiça através da morte de Jesus. Cristo é a justiça (1Cor 1, 30); os cristãos são justificados em seu nome (1Cor 6, 11). Nós somos justificados gratuitamente mediante a graça de Deus para revelação do Senhor Jesus Cristo (Rm 5, 1): a obra salvífica da justiça de Cristo justifica a muitos e confere-lhes a vida (Rm 5, 18). O cristão torna-se justo, libertado de seu pecado, pela morte à carne em Cristo (Rm 6, 7); ele é salvo da ira se é justificado pelo sangue de Jesus (Rm 5, 9-10). Essa justiça é recebida no espírito (1Cor 6, 11).
Que é, então, essa nova justiça? A nova justiça dos homens é a justiça conferida a eles pela vontade salvífica de Deus. Já não é meramente retidão moral, que fora alcançada pela observância da lei. É a libertação do pecado (Rm 5, 16). É vida no espírito (Rm 8, 10). O cristão, liberto do pecado, torna-se escravo da justiça (Rm 6, 18-19).
Justiça e iniqüidade contrapõem-se como luz e trevas (2Cor 6, 14). O reino de Deus é paz, graça, justiça, no Espírito Santo (Rm 14, 17). O cristão está repleto dos frutos da justiça que vêm através de Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus (Fl 1, 11); o fruto da luz está contido em tudo o que é bom, justo e verdadeiro (Ef 5, 9). A justiça perfeita e completa é ainda objeto de esperança a realizar-se escatologicamente (Gl 5, 5).
O "justo" é "justo" com Deus, é salvo e justificado, recebeu nova vida da sua justificação. Assim, a justiça do cristão é seu estado de justificação e libertação alcançado através da morte de Cristo.
- Assuntos relacionados
- Conceito de Direito
- Filosofia do Direito
Autor
-
Máriton Silva Lima
advogado militante no Rio de Janeiro,constitucionalista, filósofo, professor de português e de latimé autor do livro "A lei na filosofia, na teologia e no direito" (incluindo os direitos sociais nas encíclicas dos papas e a literatura latina, com expressões traduzidas), disponível na internet (www.livropronto.com.br) e em livrarias.
Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/9982/o-direito-o-justo-e-a-justica#ixzz2GGNicDlZ
SOL INVICTO
Sol Invictus
Sol Invictus ("Sol Invicto", em latim), também conhecido pelo nome completo, Deus Sol Invictus ("Deus Sol Invicto"), era um título relígioso que foi aplicado a três divindadesdistintas durante o Império Romano tardio.
Ao contrário de outros, culto agrário do Sol Indiges ("Sol na Terra"), o título Deus Sol Invictus foi formado por analogia ao título imperial pius felix invictus ("pio, feliz, invicto").
O título foi introduzido pelo imperador romanoHeliogabalo, durante a sua tentativa abortada de impor o deus Elagabalo Sol Invicto, o deus-sol da sua cidade natal Emesa na Síria. Com a morte do imperador em 222 d.C., contudo, o seu culto esvaneceu-se.
Em segundo instante, o título invictus("invicto")
foi aplicado a Mitra em inscrições de devotos.
Também, aparece aplicado a Marte.
foi aplicado a Mitra em inscrições de devotos.
Também, aparece aplicado a Marte.
Finalmente, o imperador Aureliano introduziu um
culto oficial do Sol Invicto em 270 d.C., fazendo
do Deus Sol a primeira divindade do império.
Contudo, não oficialmente identificado com Mitra,
o Sol deAureliano tem muitas características
próprias do Mitraísmo, incluindo a representação
iconográficado jovem deus imberbe. O culto do
Sol Invicto continuou a ser base do paganismo
oficial até a adesão do Império ao cristianismo
— antes da sua conversão, até o jovem imperador
Constantino Itinha o Sol Invicto como a sua cunhagem oficial.
culto oficial do Sol Invicto em 270 d.C., fazendo
do Deus Sol a primeira divindade do império.
Contudo, não oficialmente identificado com Mitra,
o Sol deAureliano tem muitas características
próprias do Mitraísmo, incluindo a representação
iconográficado jovem deus imberbe. O culto do
Sol Invicto continuou a ser base do paganismo
oficial até a adesão do Império ao cristianismo
— antes da sua conversão, até o jovem imperador
Constantino Itinha o Sol Invicto como a sua cunhagem oficial.
BATISMO
O batismo (AO 1945: baptismo) é um rito de passagem, feito normalmente com água sobre o iniciado através da imersão, efusão ou aspersão. Este rito de iniciação está presente em vários grupos, religiosos ou não, onde destacam-se os cristãos. Na Igreja Católica, o batismo é o sacramento através do qual o Sacrifício Pascal de Jesus Cristo se aplica às almas, tornando-as membros da Igreja e abrindo o caminho da salvação eterna.
Significados
O termo é a transliteração do grego "βαπτισμω" (baptismō) para o latim (baptismus), conforme se vê na Vulgata em Colossenses 2:12. Este substantivo também se apresenta como "βαπτισμα" (baptisma) e "βαπτισμός" (baptismós), sendo derivado do verbo "βαπτίζω" (baptizō), o qual pode ser traduzido por "batizar", "imergir", "banhar", "lavar", "derramar", "cobrir" ou "tingir", conforme utilizado no Novo Testamento e na Septuaginta.
As abluções do Antigo Testamento (Hebreus 6:2 e 9:10) foram traduzidas por "batismos" no grego koiné, que é o usado no Novo Testamento. Através da discussão entre os discípulos de João e os discípulos de Jesus (João 3:25 e 26) vemos que as purificações "καθαρισμός" (katharismós) são usadas como sinônimos de baptismo.
Esta é a mesma palavra usada em Lucas 2:22, quando Maria vai apresentar Jesus. Referindo-se ou período de purificação próprio das mulheres que tinham filho, como está na lei mosaica.
Em Marcos 7:4, onde o termo não representa o baptismo cristão, o verbo é traduzido em diferentes versões da Bíblia por lavar, limpar, aspergir ou, literalmente, batizar.
Os textos em Marcos 10:38 e Lucas 24:49 enfatizam o baptismo como rito de passagem.
A transliteração, portanto, se justifica diante do universo semântico apresentado.
Sacramento
Um batismo infantil por imersão em uma igreja ortodoxa da Russia.
Um batismo infantil em uma igreja católica no Rio de Janeiro.
Segundo algumas denominações cristãs, entre as quais a Católica, a Luterana e a Reformada, o batismo é visto como um sacramento e o fundamento da comunhão entre todos os cristãos. Como tal vai proporcionar ao baptizando a bênção e a graça de Deus. Segundo a doutrina da Igreja Católica, o baptismo não só é um sacramento de inclusão na Igreja, no Corpo Místico de Cristo, como também é necessário para a salvação.
Na Igreja Católica, o baptismo é dado às crianças (baptismo infantil) e a convertidos adultos que não tenham sido antes baptizados validamente (o baptismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito chega directamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da intenção, do sacerdote).
Do mesmo modo, as Igrejas Luteranas, Anglicanas, Reformadas e Metodistas também ministram o baptismo às crianças e a adultos sem baptismo considerado como válidos anteriormente. Dentro do conceito de validade, apenas os Luteranos e Anglicanos mantém como válido todos os baptimos cristãos, excetuando-se apenas dos grupos considerados pela Ortodoxia Cristã como pára-cristãos (Adventistas,Testemunhas de Jeová e Mórmons). Já nos grupos Reformados (Presbiterianos e Reformados) e nos grupos Metodistas existem diversas versões sobre aceitação ou não do baptismo ministrado pela Igreja Católica Romana.
"O rito essencial deste sacramento consiste em imergir na água o candidato ou em derramar a água sobre a sua cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" [1]. O Baptismo significa imergir "na morte de Cristo e ressurgir com Ele como «nova criatura»" [2].
O baptismo perdoa o pecado original e todos os pecados pessoais e as penas devidas ao pecado. Possibilita aos baptizados a participação na vida trinitária de Deus mediante a graça santificante e a incorporação em Cristo e na Igreja. Confere também as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo. Uma vez baptizado, o cristão é para sempre um filho de Deus e um membro inalienável da Igreja e também pertence para sempre a Cristo [3].
A Igreja Católica e as tradições Luteranas, Anglicanas, Reformadas e Metodistas insistem no baptismo às crianças porque "tendo nascido com o pecado original, elas têm necessidade de ser libertadas do poder do Maligno e de ser transferidas para o reino da liberdade dos filhos de Deus" [4], isto faz com que as pessoas não têm o direito de durante seu crescimento pecar novamente já que Jesus Cristo não voltará a terra para novamente morrer na cruz e dar-lhes o direito de ser perdoados. Ainda segundo a doutrina da Igreja Católica, embora o baptismo seja fundamental para a salvação, os catecúmenos, todos aqueles que morrem por causa da fé (baptismo de sangue), [...] todos os que sob o impulso da graça, sem conhecer Cristo e a Igreja, procuram sinceramente a Deus e se esforçam por cumprir a sua vontade (Baptismo de desejo), conseguem obter a salvação sem serem baptizados porque Cristo morreu para a salvação de todos. Quanto às crianças mortas sem serem baptizadas, a Igreja na sua liturgia confia-as à misericórdia de Deus, que é ilimitada e infinita.
Ordenança
Segundo algumas denominações, o baptismo é entendido como ordenança, isto é, ele é uma ordem. Porém deve se ter o cuidado de que não é o rito em si o que salva, nem a quantidade de água.
O batismo deve externar a aliança com Cristo, representando uma realidade interior (I Pedro 3:21). No caso de batismo de bebês, de nada adianta batizar se não houver ensino. Jesus ordenou que seus discípulos batizassem e ensinassem a guardar os seus mandamentos (Mateus 28:19-20).
Simbolismo
A água deve simbolizar a pureza e lavar.
Se por imersão, ainda assim deve haver o derramamento sobre o batizado, simbolizando o derramar e lavar do Espírito Santo e o ser revestido de Cristo, muda-se vida - morte para o mundo, vida em Jesus.
A borrifação se reporta ao Antigo Testamento, nos ritos de purificação, a qual era tipo da purificação pelo sangue de Jesus Cristo. Assim como acontece com o derramar da água, a maior dificuldade é de cunho cultural, visto que para um hebreu esta forma de purificação já era entendida.
Modos
São dois os principais modos de batismo cristão:
Aspersão ou Efusão - baptismo onde a água é borrifada ou derramada sobre o que é batizado.
Imersão - baptismo em que o que é batizado deve ser mergulhado na água.
água que é jogada sobre a testa da criança, que representa vida nova, o óleo que simboliza a força da graça de Deus contra o mal; purificada e da vela, que é a luz da fé; a roupa branca é um importante símbolo deste ritual, que indica a pureza do corpo e da alma daquele que está recebendo o batismo.
Elementos
Um moderno batizado na Igreja do Sagrado Coração Monza, Itália
Existem diferentes elementos usados no Baptismo.
No Antigo Testamento
Batismo com Água - Assim foram purificados os [Levitas], através da aspersão de água. Em alguns momentos a água era misturada com algo do sacrifício, tal como cinza ou sangue. Em alguns casos eram lavados com água tanto de pessoas como de utensílios.
Batismo com Sangue - Era a aspersão ou derramamento do sangue do sacrifício conforme instruídos na Lei de Moisés.
Batismo com Óleo - Era usado na consagração do sacerdote, também chamado de unção sacerdotal. Havia a unção do rei.
Batismo com o Espírito Santo - É mencionado como promessa nos profetas. No livro de Ezequiel, capítulo 36, versos 25 a 27, encontramos a profecia do novo nascimento e dos baptismos cristãos com água e com o Espírito Santo. O texto em Ezequiel é similar ao de Isaías 44.
No Novo Testamento encontramos
Baptismo com Água - Neste caso há a preferência por água pura, não se misturando com sangue ou cinza. Jesus Cristo é o cordeiro do sacrifício pela expiação dos pecados. O Novo Testamento afirma que Noé e os seus foram batizados na Arca usada no dilúvio.
Baptismo com Sangue - Jesus (Evangelho Segundo Marcos 10:38-39), diante do pedido de Tiago e João, seus discípulos, filhos de Zebedeu, se reportou a sua morte futura como um baptismo, tendo Ele derramado o seu sangue e Mediado uma Nova Aliança entre Deus e os homens, sendo Ele mesmo o sacrifício pelo pecado. Isto é reforçado na instituição da Ceia do Senhor. Seus discípulos que haviam afirmado desejarem ser batizados com o mesmo baptismo, morrera dando suas vidas por amor a Jesus. Pode ser usado quando uma pessoa é morta por defender a Fé Cristã.
Baptismo com o Espírito Santo - Cumpre a promessa e unifica os conceitos associados ao baptismo com óleo. Pedro em sua primeira carta afirma que o povo de Deus é sacerdócio real, povo de propriedade exclusiva de Deus. O óleo é usado também no Novo Testamento como medicamento e sinal da presença de Deus.
Baptismo com Fogo - Jesus afirmou que batizaria com o Espírito Santo e com Fogo. O fogo, tal como no caso da cinza no Antigo Testamento, está associado à purificação, mas neste caso, conforme os textos dos Evangelhos de Mateus e Lucas, significa a destruição, onde a palha será queimada em fogo inextinguível.
Fora da Bíblia
Fé Católica Romana - Como a Fé Romana professa ser indispensável o baptismo para a salvação, foram criados recursos através da instituição de dogmas, tal como baptismo de desejo, onde alguém que tivesse morrido desejoso de ser batizado com água o seria de alguma forma nos céus. De certa forma, neste caso, o rito visível acaba não sendo tão indispensável e o catolicismo parece se aproximar das igrejas protestantes.
Outras religiões - Como rito de passagem de admissão.
Paralelos
Na Bíblia o baptismo recebe paralelos com:
a circuncisão - Colossenses 2:11-12 e I Pedro 3:21.
arca de Noé - I Pedro 3:20-21.
nuvem e mar do povo de Israel no Êxodo do Egito - I Coríntios 10:1-2.
Neste último texto, I Coríntios 10:1-4, temos os dois sacramentos: Baptismo e a Ceia do Senhor (ou Eucaristia).
Idade
Baptismo Cristão Adulto - Baptismo de arrependimento e remissão de pecados, o qual deve ser ministrado naquele que reconheça a sua natureza pecaminosa, que busca depender de Deus e que reconheça o senhorio de Jesus Cristo sobre sua nova vida. Esta deve ser uma ação voluntária do pecador arrependido, o qual se dispõe a perder a sua vida e depender de Jesus. Nenhum valor tem o símbolo se isto não parte de um novo coração. Sua liberdade deve ser limitada pelo amor. A independência dá lugar à dependência.
Baptismo Cristão Infantil - realizado em crianças, sob a autoridade de seus pais ou tutores de sua educação religiosa e formação do caráter. Não se trata de baptismo de arrependimento, mas de baptismo de consagração. Tanto na apresentação como no baptismo infantil, o propósito é reconhecer as crianças como participantes do Reino de Deus e de suas promessas, devendo estas ser ensinadas a guardar todas as coisas que Jesus ordenara. Nenhum dos dois tem valor se tutores, ao invés de serem guias e modelos de vida, forem obstáculos para que os pequeninos cheguem verdadeiramente a Jesus. Igualmente não isenta os filhos de professarem sua fé diante de Deus e das demais pessoas em seu dia-a-dia.
BATISMO:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batismo
http://www.idbgoiania.ilax.com.br/batismo.htm
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