SOMOS ÁTOMOS DE DEUS

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domingo, 27 de fevereiro de 2011

DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO




DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO: 
O DESAFIO DA ACOLHIDA DA DIFERENÇA
Faustino Teixeira 
PPCIR-UFJF/ Iser-Assessoria 
“De algo sempre haveremos de morrer, mas já se perdeu a conta aos seres 
humanos mortos das piores maneiras que seres humanos foram capazes de 
inventar. Uma delas, a mais criminosa, a mais absurda, a que mais ofende a 
simples razão, é aquela que, desde o princípio dos tempos e das civilizações, tem 
mandado matar em nome de Deus”  
(José Saramago) 
Introdução   
O diálogo inter-religioso constitui neste início do século XXI um dos desafios mais 
imprescindíveis para a humanidade. Tem-se falado inúmeras vezes que a paz entre 
as religiões constitui condição fundamental para a paz no mundo. Infelizmente, este 
horizonte de fraternidade e diálogo encontra-se ainda bem distanciado. O quadro do 
tempo atual é revelador de um espectro de violência e fascínio do mal. Tal cenário 
revela-se ainda mais doloroso ao se perceber a presença e o lugar da religião nos 
embates e conflitos contemporâneos. Desde as últimas décadas tem-se verificado 
“um surpreendente surto de violência condicionada pela religião. Em todos os 
continentes surgiram conflitos étnicos, nacionais ou sociais, onde a religião 
desempenhou um papel fatídico”1. Trata-se de uma realidade que tem levado 
alguns intelectuais a sinalizar a impossibilidade de uma aproximação ou 
congraçamento dos seres humanos através das religiões e a proclamar a vinculação 
entre religião e violência. Denuncia-se o “fator Deus”  ou as violências que ocorrem 
“em nome de Deus”, abrindo corações e mentes para as intolerâncias mais 
sórdidas.2             
O discurso teológico sobre a força ética das religiões esbarra muitas vezes na 
dinâmica concreta e histórica das agressões, fanatismos, ódios e hostilidades interreligiosas. Em muitos casos, as posturas de intransigência e exclusão apoiam-se em 
sentimentos arraigados de superioridade, arrogância identitária e pretensão 
exclusiva de verdade, que impossibilitam qualquer exercício de fraternidade 
recíproca. Há um traço de ambigüidade ou enigma que atravessa todas as religiões, 
implicando a presença de um dualismo que pode possibilitar tanto a afirmação de 
humanidade, como o acirramento da violência.3 Em razão de sua inserção histórica, 
as religiões podem, contrariando a sua motivação original, exercer uma 
“instrumentalização do sagrado” em favor da afirmação de seu poder particular com 
respeito aos outros. 
                                                          

2 comentários:

  1. ccr 6cm os textos sagrados serve para saber um pouco mas das religiao.

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  2. thais castelo ccr 6cm os textos sagrados serve para saber e aprender mais sobre as religiao.

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