SOMOS ÁTOMOS DE DEUS

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A CRIAÇÃO DO MUNDO NUMA VISÃO AFRICANA











CRIAÇÃO DO MUNDO SEGUNDO A TRADIÇÃO BANTU


Texto:Tata Cassuté 


Nzambi Npungu 

Nzambi Npungu (deus poderoso) criou o mundo e tudo que nele existe, criou também uma mulher para ser sua esposa e para que por seu intermédio, pudesse ter descendência humana a fim de que esta povoasse a terra e dominasse todos os animais selvagens por ele criado. Ela se chamaria então Ná Kalunga, em virtude da filha que iria dar a luz se chamar Kalunga. Quando Kalunga atingiu a puberdade Nzambi decidiu sair para mostrar a Kalunga tudo que tinha criado e após 3 meses retornaria. Na viagem logo ao anoitecer Nzambi construiu uma Kubata (palhoça) com apenas uma cama, se recusando a dormir com o pai, Kalunga corre chorando. 

Nzambi para convence-la a manda voltar para não ser devorada pelas feras. Voltou então e dormiu com seu pai toda viagem. Quando retornaram Ná Kalunga viu que sua filha estava grávida, enraivecida com o fato se enforcou em uma arvore perante Nzambi e Kalunga. 

Nzambi nada fez para impedir, pelo contrário a achando indigna de continuar a ser sua esposa, não compreendendo os desígnios para povoar o mundo que ele tinha criado então amaldiçoou e a transformou num espírito maligno a quem deu o nome de Mulungi Mujimo (ventre ruim da primeira mãe que existiu na terra). 

Nzambi passou a viver com Kalunga que passou a se chamar também Ndala Karitanga e com isso a segunda divindade. 

Um dia Ndala Karitanga passou a sonhar com sua mãe a insultando, dizendo que iria devora-la. 

Nzambi a tranquilizou dizendo que aquela que foi sua mãe agora era um espírito mau que estava apenas pedindo comida. Nzambi fez um montículo de terra na porta da Kubata e pediu para Ndala Karitanga buscar um animal para o sacrifício e para que a mesma disesse ao mesmo tempo, (minha mãe acabo de vir chorar-te, agora não voltes a ter comigo outra vez, porque se volto a ver-te, vou prender-te) (mam é nzanga kudila ni malamba kindala kana uiza kukala ni kuami akamúkua,nda o kudila o kujibisa), com o tempo Kalunga ou Ndala Karitanga deu a luz a Nkuku-a-Lunga (inteligente), passando este a ser a terceira pessoa da trindade divina. Quando cresceu Nzambi lhe deu o poder da adivinhação, Nzambi ordenou que se case com Kalunga (para se tornar pai de todas as tribos bantu) e concebeu 2 filhos primeiro masculino Sá Mufu segundo feminino Ná Mufu. 

Nzambi ordenou que Sá Mufu casasse com sua mãe e Ná Mufu com seu pai informando-os que depois daquelas uniões as seguintes se fizessem só entre primos. Destas uniões nasceram do sexo masculino - Kitembu-a-Banganga, Ndundu, Ngonga Umbanda, Kanongena, Kambuji e outros. Do sexo feminino - Mujumbu, Ndumba au Tembu, Samba kalunga, Kasai, Lueji, Mukita e outras. Nzambi os ensinou a se multiplicar e a lutar contra doenças e feitiços que os seus descendentes viessem a possuir. Após deixarem a vida terrena cada um dentro da sua atribuição iria supervisionar o mundo que ele havia criado. Nzambi se despediu e levando um cão que sempre o acompanhava, se dirigiu para Sanzala Kasembe Diá Nazambi (aldeia encantada de deus) onde recompensa os bons e castiga os maus. 

Naquela altura as rochas estavam moles por terem sido feitas recentemente, e até hoje no nordeste de Angola se pode ver as pegadas na rocha de Nzambi e ao lado do seu cão (segundo a tradição existem pegadas por toda a áfrica), comprovação feita pela seção de arqueologia e pré história do museu de Dundo - Angola (que são originais e não forjadas pelo homem) segundo as tradições a morada de Nzambi fica entre os rios (Luembe e Kasai) junto a nascente do Nbanze.







Origem do mundo segundo lenda africana

Todas as religiões do mundo tentam explicar os grandes mistérios da humanidade: De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos? Reza uma história africana, originária de Ketu, que no início de tudo havia o Orum, o espaço infinito, e lá vivia o deus supremo Olorum. Certo dia, Olorum criou uma imensa massa de água, de onde nasceu o primeiro orixá: Oxalá, o único capaz de dar vida. Olorum mandou Oxalá partir e criar o aiyê, o mundo. Só que Oxalá não fez as oferendas necessárias para a viagem e enfrentou sérios problemas no caminho.
Quem acabou criando o mundo foi Odudua, sua porção feminina. Para consolar Oxalá, o deus supremo lhe deu outra missão: a de inventar os seres que habitariam o aiyê. Assim Oxalá usou a água branca e a lama marrom para criar peixes azuis, árvores verdes e homens de todas as cores. Foram justamente os homens que, mais tarde, imaginaram formas de adorar e representar a saga de deuses como Oxalá, Odudua, Olorum e tantos outros.

O sopro sagrado de Olorum
Quando Olorum, o senhor do infinito, fez o universo com o seu hálito sagrado, criou junto um punhado de seres imateriais com a finalidade de povoá-lo. Estes seres, os orixás, foram dotados de poderes fantásticos, como o domínio sobre o fogo, a água, a terra, o ar, os animais e as plantas e também o masculino e o feminino.
No princípio, eram muitas as divindades africanas, tantas que a comparamos às cores da exuberante África. Ainda hoje, os adeptos das religiões afro-brasileiras continuam adorando um pequeno grupo destas divindades, que representam todos os elementos essenciais à natureza e à vida humana.
Os povos africanos produziram uma infinidade de mitos sobre a criação do mundo e as forças espirituais. Isso porque a necessidade de explicar o mundo em que vivemos é praticamente tão antiga quanto a própria humanidade.

Ossaim, o malabarista das folhas
Certo dia, Ifá, o senhor das adivinhações veio ao mundo e foi morar em um campo muito verde. Ele pretendia limpar o terreno e, para isso, adquiriu um escravo. O que Ifá não esperava era que o servo se recusasse a arrancar as ervas, por saber o poder de cura de cada uma delas. Muito impressionado com o conhecimento do escravo, Ifá leu nos búzios que o criado era, na verdade, Ossaim, a divindade das plantas medicinais. Ifá e Ossaim passaram a trabalhar juntos. Ossaim ensinava a Ifá como preparar banhos de folhas e remédios para curar doenças e trazer sorte, sucesso e felicidade.
Os outros orixás ficaram muito enciumados com os poderes da dupla e almejaram, no seu íntimo, possuir as folhas da magia. Um plano maquiavélico foi pensado: Iansã, a divindade dos ventos, agitou a saia, provocando um tremendo vendaval. Ossaim, por sua vez, perdeu o equilíbrio e deixou cair a cabaça onde guardava suas ervas mágicas. O vento espalhou a coleção de folhas.
Oxalá, o pai de todos os orixás, agarrou as folhas brancas como algodão. Já Ogum, o deus da guerra, pegou no ar uma folha em forma de espada. Xangô e Iansã se apoderaram das vermelhas: a folha-de-fogo e a dormideira-vermelha. Oxum preferiu as folhas perfumadas e Iemanjá escolheu o olho de santa-luzia. Mas Ossaim conseguiu pegar o igbó, a planta que guarda o segredo de todas as outras e de suas misturas curativas. Portanto, o mistério e o poder das plantas continuam preservados para sempre.


No tabuleiro de Iansã
Orixá das cores vermelha e branca, Iansã é a regente do vento e dos temporais. Segundo uma antiga história da África, Xangô, marido de Iansã, certa vez a enviou para uma aventura especial na terra dos baribas. A missão era buscar um preparado que lhe daria o poder de cuspir fogo. Só que a guerreira, ousada como ela só, ao invés de obedecer ao marido, bebeu a alquimia mágica, adquirindo para si a capacidade de soltar labaredas de fogo pela boca.
Mais tarde, os africanos inventaram cerimônias que saudavam divindades como Iansã através do fogo. E, para isso, usavam o àkàrà, um algodão embebido em azeite de dendê, num ritual que lembra muito o preparo de um alimento bastante conhecido até os dias que correm: o acarajé. Na verdade, o acarajé que abastece o tabuleiro das baianas é o alimento sagrado de Iansã, também conhecida como Oyá.
O quitute tornou-se símbolo da culinária da Bahia e patrimônio cultural brasileiro. E, assim como ele, diversos elementos da tradição africana fazem parte do nosso cotidiano. Em sons, movimentos e cores, a arte encontrou na religião de origem africana seu sentido, sua essência, sua identidade.

A porção humana dos orixás
Obá, a orixá guerreira, disputava o amor de Xangô com Iansã e Oxum. Obá sentia o corpo arder de ciúme ao ver seu amado tratar Oxum com gestos de atenção e carinho e passou a imaginar que sua rival colocava algum tempero especial na comida para enfeitiçar Xangô.
Certo dia, Obá foi à cozinha disposta a descobrir o segredo de Oxum. Percebendo o ciúme de Obá, Oxum resolveu pregar uma peça na guerreira e mentiu. Disse que seu ingrediente era, na verdade, um pedaço de sua orelha. Obá então pôs uma tasca da própria orelha na comida e serviu para Xangô, que rejeitou o prato. Foi quando Obá se deu conta que caíra em uma armadilha e desde este dia, cobre as orelhas quando dança na presença de Oxum.
Os sentimentos humanos sempre estiveram presentes na mitologia dos orixás e na tradição oral africana. Sentimentos que mais tarde viriam contar outras histórias, que compõem uma literatura tipicamente feita por negros no Brasil.

A espada justa de Ogum
Ogum é um orixá benfeitor, capaz de salvar muitas vidas, mas também destruidor de reinos. Há quem diga que um belo dia Ogum chegou em uma aldeia onde ninguém falava com ele. Sempre que se dirigia a um habitante do lugar, só recebia um grande vazio como resposta.
Pensando que todos estavam zombando dele, Ogum ficou furioso e destruiu cada pedacinho da aldeia. Logo em seguida, descobriu que aqueles moradores permaneceram calados porque faziam voto de silêncio e se arrependeu amargamente por haver empregado as suas forças numa ação bélica.
Desde então, o deus da guerra jurou ser mais cauteloso e proteger os mais fracos, sobretudo aqueles que estiverem sofrendo algum tipo de perseguição arbitrária. Tanto no orum, o universo, como no aiyê, a terra, a luta dos negros contra as injustiças é encarada por corajosos guerreiros espirituais e de carne e osso.

Omolu dança só
Há muitos e muitos anos, um episódio interessante percorre a África inteira. É sobre uma grande festa, que reunia uma lista de ilustres convidados - Oxum, Iemanjá, Oxalá, Xangô, Oxossi, Ossaim, Obá, Logunedé, Iansã, Nanã, Ogum e Oxumaré. Todos os orixás estavam lá. Na verdade, quase todos, porque faltava o Omolu.
Omolu ficou do lado de fora com vergonha das marcas que a varíola lhe deixara no rosto. Ao saber disso, Ogum correu até a floresta e teceu uma roupa de palha, o ofilá, para que o irmão participasse da festa. Omolu entrou, mas ninguém quis dançar com ele. Mesmo cobertas, suas feridas causavam repulsa nos orixás. A corajosa Iansã foi a única que o chamou para uma dança. E como Iansã é a orixá dos ventos, sem querer, mandou a roupa de Omolu pelos ares!
Qual não foi a surpresa quando, livre do ofilá, surgiu um homem lindo, sem defeito algum. Ao ver a beleza de Omolu, os orixás femininos suspiraram e os masculinos se morderam de inveja. Omolu ofereceu à Iansã uma recompensa, mas, a partir daquele dia, passou a dançar sempre sozinho nas festividades.








Mito africano da criação do mundo




A ponte entre o Orum e o Aiyê

       Reza uma história africana, originária de Ketu, que no início de tudo havia o Orum, o espaço infinito, e lá vivia o deus supremo Olorum. Certo dia, Olorum criou uma imensa massa de água, de onde nasceu o primeiro orixá: Oxalá, o único capaz de dar vida. Olorum mandou Oxalá partir e criar o aiyê, o mundo. Só que Oxalá não fez as oferendas necessárias para a viagem e enfrentou sérios problemas no caminho.

     Quem acabou criando o mundo foi Odudua, sua porção feminina. Para consolar Oxalá, o   deus supremo lhe deu outra missão: a de inventar os seres que habitariam o aiyê. Assim Oxalá usou a água branca e a lama marrom para criar peixes azuis, árvores verdes e homens de todas as cores. Foram justamente os homens que, mais tarde, imaginaram formas de adorar e representar a saga de deuses como Oxalá, Odudua, Olorum e tantos outros.
Fonte: Futura



















Criação do reino de Ifé

O grande Deus Olodumaré enviou Oxalufã (Orixá) para que criasse o mundo. A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 dedos e um camaleão. A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por último, colo-caria o camaleão para saber se es-tava firme.Oxalufã foi avisado para fazer uma oferenda ao Orixá Exu antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um Orixá funfun, Oxalufã se achava acima de todos e, sendo assim, negligenciou a oferenda. Exu des-contente, resolveu vingar-se de Oxalufã, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo outra alternativa, Oxalufã furou com o seu apaasoro o tronco de uma palmeira. Um lí-quido refrescante dela escorreu, era o vinho de palma. Ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo.

OLODUMARÉ, vendo que Oxalufã não cumpriu sua tarefa, enviou Odùdùwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Oxalufã estava embriagado, Odùdùwa recebeu o direito de vir e criar o mundo.
Após Odùdùwa cumprir sua tarefa, os outros deuses vêm se reunir a ele, descendo dos céus graças a uma corrente que ainda se podia ver, segundo a tradição, no BOSQUE DE OLOSE, até há alguns anos. Apesar do erro cometido, uma nova chance foi dada a Oxalufã: a honra de criar os homens. Entretanto, incorrigível, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.

Odùdùwa interveio novamente, anulou os monstros gerados por Oxalufã e criou os homens bonitos, sãos e vigorosos, que foram insufla dos com a vida por OLODUMARÉ. Esta situação provocou uma guerra entre Odùdùwa e Oxalufã. O último foi derrotado e então ODÙDÙWA tornou-se o primeiro ONI (rei) de Ifé. Distribuiu seus filhos e os enviou para
criar novos e vários reinos fora de Ife Mais tarde os Orixás retornaram a Orum, deixando na terra seus conhecimentos e como deveriam ser cultuados seus toques, comidas e costumes, para que fossem cultuados pelos seus descendentes. Então o ser humano começou a fazer pedidos aos Orixás e para que cada pedido fosse atendido eles ofereciam comida em troca. Ao contrário do que se pensa, nem todos os pedidos são atendidos, embora os Orixás sempre aceitem as oferendas. Quando um Orixá recebe um pedido, ele o leva a Olodumaré e este decide se o pedido vai ou não
ser atendido. Este julgamento vai ser baseado no merecimento da pessoa que fez o pedido.

O povo continua fazendo oferen das aos Orixás até hoje, pois os Orixás procuram sempre fazer o melhor para as pessoas. O círculo dos deuses é constituído segundo o número 16, número sagrado no candomblé. Ele se en-
contra em toda parte: no número de búzios, no número de chamas da lâmpada dos sacrifícios, na numeração dos membros físicoa e psíquicos, quer dizer, das forças e das partes que possui o homem na organização hierárquica.


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