EXEGESE FEMINSTA
Marie-Theres Wacker. Ed. CEBI e
Sinodal
Aluno:
Jonas Serafim de Sousa
O assunto deste resumo
trata da hermenêutica exegese feminista a partir da Bíblia. Neste sentido
significa dizer de uma interpretação científico-histórica e
científico-literária da Bíblia no contexto da teologia cristã. Cabe aqui
ressaltar a definição do feminismo como um movimento presente na mulher que se
torna sujeito da história.
A teologia cristã
compreendida pela Igreja Católica Romana reserva o ministério sacerdotal
exclusiva para homens e com voto de celibato, excluindo a participação das
mulheres e negando também a sua condição humana de emancipação.
Em 1985, Carolyn Osiek,
exegeta feminista norte-americana indagava sobre a reação das mulheres
relacionando a Bíblia como instrumento central para reforçar o exercício do
poder patriarcal. Osiek descreve: 1) uma
“hermenêutica da lealdade” asseverando que o problema da discriminação de
mulheres biblicamente legitimadas não está na Bíblia, mas exclusivamente em sua
interpretação. 2) Um segundo tipo de abordagem é da “hermenêutica da rejeição”
que trata de utilizar a Bíblia como uma autoridade do patriarcado sobre as
mulheres. 3) Outra abordagem é da “hermenêutica da revisão”, pois percebe que o
mundo bíblico não é inteiramente determinado pelo patriarcado androcêntrico,
sexista e misógino. No centro da Escritura não estaria o homem, mas a livre
atuação salvífica de Deus, e que se manifestaria também em mulheres. (Cf. Os11;
Is 40,11; 49,1; 66,13...). 4) A “hermenêutica do ‘eterno feminino’” pretende
expressar uma cosmovisão matriarcal para uma plena humanidade a homens e
mulheres. 5) A “hermenêutica da libertação” quer dizer que cada ser humano deve
tornar sujeito e tem seu objetivo na fundamentação teológico-feminista do crer
e agir de mulheres cristãs de hoje em favor da libertação.
Existem algumas
categorias básicas da exegese feminista que merecem destaques neste texto como:
patriarcado, matriarcado, androcentrismo, sexismo, feminilidade, diferença de
sexos, gênero, coautoria... O movimento feminista rastreia os mecanismos de
opressão às mulheres, assim como desenvolve perspectivas que possibilitam a
mulheres realizarem sua plena humanidade.
Diante do exposto é
possível encontrar marcas matriarcais na Bíblia. Neste caso se refere a uma
forma de sociedade cuja religião da Deusa cósmica e seu filho-amante
correspondem aos ciclos da natureza e que é considerada fonte e fundamento das
ordens sociais. Seria uma ginocracia (Johann Jakob Bachofen). Em contrapartida,
Elisabeth Schussler Fiorenza faz a crítica substituindo patriarcado por “quiriarcado” que é um sistema social de dominação de homens sobre mulheres e
além-gênero, como homofobia, etnocentrismo e outras formas de
hierarquias dominantes em que a subordinação de uma pessoa ou grupo a outro é
internalizada e institucionalizada.
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